Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Vásquez, Carlos Escobar |
Orientador(a): |
Rasia Filho, Alberto Antonio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/279052
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Resumo: |
O complexo amigdaloide, também denominado de complexo amigdaliano ou amígdala, em humanos, é uma estrutura subcortical no telencéfalo basal, formado por um grupamento de núcleos de formato irregular e regiões de transição associadas. Localizado bilateralmente no lobo temporal medial, imediatamente rostral à formação hipocampal, é uma estrutura importante na percepção, elaboração e consolidação de memórias e aprendizados relacionados a comportamentos sociais. Em humanos, torna-se difícil o estudo dos seus componentes celulares devido às limitações éticas e técnicas, principalmente ao fato de ser difícil conseguir amostras padronizadas ideais para o seu estudo. No complexo amigdaloide de seres humanos, até o momento, alguns núcleos ainda são pouco conhecidos em relação aos seus componentes celulares, suas conexões e funções. Portanto, o objetivo deste estudo foi descrever os componentes neuronais presentes nos núcleos central, basomedial e lateral, buscando obter dados sobre sua morfologia, caracterizando-os pelo formato do soma, número de dendritos primários, padrão de ramificação e orientação espacial, além da presença, distribuição, densidade e forma dos espinhos dendríticos locais. Para isso, foram estudadas peças anatômicas do lobo temporal de ambos hemisférios cerebrais obtidas de homens adultos postmortem (N= 8, 47-75 anos) e submetidas à técnica da tionina e à técnica de Golgi adaptada para tecido humano. A obtenção de imagens foi realizada empregando-se microscópio de luz acoplado à computador com programa de análise de imagem (Image-Pro Plus 7.0). Para elaboração das imagens dos neurônios e sua forma geral bidimensional foi utilizado o programa Adobe Photoshop CS3 (EUA). Por último, para a reconstrução tridimensional (3D) de neurônios e espinhos dendríticos foi desenvolvido algoritmo de processamento de imagens 3D empregando-se adaptações nos programas “open-source” Neuromantic e Ilastik. Obtivemos como resultados no núcleo central da amígdala 12 tipos neuronais classificados morfologicamente da seguinte forma: (1) fusiforme, (2) triangular/angular, (3) alongado, (4) retangular, (5) formato de “pera”, (6) cônico, (7) redondo, (8) formato de cruz, (9) poligonal, (10) unipolar, (11) pequenos e (12) assemelhado a célula piramidal. No núcleo basomedial da amígdala foram observadas 10 formas neuronais, a saber: (1) fusiforme, (2) triangular/angular, (3) alongado, (4) retangular, (5) formato de “pera”, (6) redondo, (7) formato de cruz, (8) poligonal, (9) unipolar e (10) piramidais ou similar ao piramidal (pyramidal-like). No núcleo lateral da amígdala foram encontradas 8 formas neuronais, quais sejam: (1) fusiforme, (2) triangular/angular, (3) alongado, (4) retangular, (5) redondo, (6) formato de cruz, (7) poligonal e (8) piramidais e pyramidal-like. Espinhos com formato fino (thin), arredondado (stubby), espesso (wide), de tipo cogumelo (mushroom), ramificado (ramified), atípico ou de transição (atypical or transitional) foram observados em todos os neurônios estudados, guardadas particularidades de ramificação dendrítica de cada um deles. Com base nos resultados inéditos obtidos, consideramos que o núcleo central da amígdala pode ser um elemento de transição, ainda que tênue, de onde poderia ter surgido o neurônio assemelhado à célula piramidal ou um tipo de neurônio “piramidal primitivo”. A variedade de formas dendríticas locais sugere um processamento sináptico diferente para cada um dos tipos neuronais, embora a existência de alguns formatos, poderiam representar um continuum morfológico e funcional de formas neuronais (por exemplo, fusiformes com três ramos dendríticos e triangular/angular), e outros serem notavelmente muito diferentes entre si, como os neurônios pequenos (prováveis interneurônios) e os unipolares. Em relação aos espinhos dendríticos em cada forma neuronal relatada, tomando-se o núcleo central da amígdala como referência, nossas observações indicam predominantemente baixa densidade de número e forma de espinhos dendríticos, sendo os mais comuns os de tipo “arredondado” e “espesso”. Algumas formas neuronais são comuns aos três núcleos estudados e são muito parecidas morfologicamente. Talvez a diferença funcional esteja nos circuitos nos quais elas se encontram envolvidas em cada região. A presença de diversas formas neuronais sugere que tal diversificação celular poderia representar múltiplas funções de integração e processamento de informações em seres humanos, o que tem implicações não somente em condições normais, mas também, em várias patologias do desenvolvimento e doenças degenerativas que afetam os diferentes núcleos amigdalianos. |