A influência da grelina sobre o comportamento análogo à ansiedade e a atividade de neurônios do núcleo paraventricular do hipotálamo e da amígdala basolateral em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Raoni da Conceição dos lattes
Orientador(a): Reis, Luis Carlos
Banca de defesa: Côrtes, Wellington da Silva, Malvar, David do Carmo, Trevenzoli, lsis Hara, Borges, Danilo Lustrino
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9427
Resumo: A grelina é um hormônio orexigênico produzido principalmente pelo estômago. Além de seu efeito indutor da fome a grelina também afeta uma série de variáveis fisiológicas como o controle neuroendócrino, a função autonômica e cardiovascular, a resposta ao estresse e os comportamentos análogos à ansiedade e depressão. O núcleo paraventricular do hipotálamo (PVN) e a amígdala basolateral (BLA) são núcleos encefálicos importantes na integração de diversos dos efeitos da grelina. Para elucidar os efeitos da grelina sobre a atividade de neurônios do PVN nós utilizamos registros eletrofisiológicos extracelulares e intracelulares em fatias de encéfalo ex vivo, e observamos que a grelina pode aumentar ou diminuir a frequência de disparos dos neurônios do PVN, porém, os efeitos excitatórios são diretos, enquanto os efeitos inibitórios são indiretos. Verificamos também que a grelina afeta a maioria dos neurônios desse núcleo sejam eles pré-autonômicos, neuroendócrinos parvocelulares ou neuroendócrinos magnocelulares; e que a maioria dos neurônios TRH, CRH e OT do PVN é hiperpolarizada pela grelina. Similarmente, realizamos registros intracelulares de neurônios da BLA e verificamos que a grelina é capaz de aumentar ou diminuir o potencial de membrana de neurônios deste núcleo. Em seguida, analisamos as alterações comportamentais causadas pela privação alimentar, um estímulo fisiológico que aumenta a grelina plasmática, e da administração exógena de grelina sobre os comportamentos análogos à ansiedade e sobre a atividade exploratória. Nestes experimentos verificamos que a privação alimentar diminui o comportamento análogo à ansiedade no labirinto em cruz elevado (4,55 ± 0,97 vs 13,82 ± 3,02 %; p = 0,01; teste t não pareado) e não altera a atividade exploratória no campo aberto e no campo aberto modificado. No entanto, a grelina não afetou o comportamento análogo à ansiedade no labirinto em cruz elevado. Em conjunto os resultados descritos nessa tese demonstram que a grelina afeta núcleos encefálicos envolvidos com o controle de diversas funções fisiológicas, e provê um substrato neurobiológico para algumas funções deste hormônio. No entanto, não observamos efeitos comportamentais da grelina, o que sugere a necessidade de estudos futuros para elucidar a participação do hormônio nas respostas comportamentais que medeiam a resposta à situações de déficit calórico, como a privação alimentar.