Proposta de instrumento para a avaliação da coordenação do cuidado e da ordenação das redes de atenção à saúde pela atenção primária no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Chueiri, Patrícia Sampaio
Orientador(a): Harzheim, Erno
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/87293
Resumo: Nestes 25 anos da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), muitos resultados já foram alcançados. Entretanto, o rápido envelhecimento da população, a transição do perfil epidemiológico e o conjunto de mudanças socioeconômicas ocorridas nos últimos anos colocam novos desafios para o SUS. Destacam-se entre estes desafios: a melhora do equilíbrio entre a atenção especializada e a Atenção Primária à Saúde, a garantia de financiamento adequado, a diminuição das iniquidades geográficas e a integração da rede assistencial. Neste sentido, a formação de redes integradas e regionalizadas de atenção à saúde nos sistemas nacionais tem se mostrado como uma forma de organização de sistemas de saúde eficaz para responder a alguns destes desafios epidemiológicos e estruturais. O Brasil, desde a concepção do SUS, vem caminhando para a regionalização e a conformação de redes de atenção à saúde. Através de revisão da literatura não foi possível identificar um instrumento validado que possibilite medir a presença e o grau de consolidação dos atributos das redes de atenção à saúde (RAS). Assim, a fim de avaliar o desenvolvimento das RAS, propõese, com esta pesquisa, a organização de um instrumento que seja capaz de avaliar dois dos atributos das redes: a coordenação do cuidado e a ordenação das RAS pela Atenção Primária à Saúde. A pesquisa foi dividida em duas Fases. A Fase I consistiu na revisão e análise crítica da literatura relacionada ao tema, a fim de propor os itens inicias de um instrumento para avaliar as RAS. A Fase II foi o Método Delphi, que consiste na submissão iterativa de uma lista de itens a um grupo de experts, a fim de que este grupo alcance uma opinião consensual em relação aos itens que devem compor o instrumento, medida através da estabilização das respostas. Dos 50 profissionais indicados para compor o grupo de experts, 39 aceitaram participar do estudo; destes, 53,8% representavam a gestão; 23,1% representavam os profissionais da assistência; e 23,1% representavam a academia/universidade. O instrumento da primeira rodada, construído com base na revisão de literatura, se constituiu de 58 questões. Na segunda rodada, foram incluídas 11 questões novas e 18 (31%) questões foram adaptadas por sugestões do grupo de experts. Deste modo, a segunda versão do instrumento teve 69 itens, divididos em 5 dimensões. A primeira dimensão foi relacionada à população e ao território; a segunda abordou a APS; a terceira tratou da articulação entre os pontos de atenção da rede; a quarta foi sobre a programação da atenção a partir das necessidades de saúde da população; e a quinta tratou dos conceitos, da divulgação e do compromisso da gestão com a organização da RAS. Foram realizadas 4 rodadas do Delphi. Na primeira rodada, 100% (39) dos experts participantes responderam o instrumento; na segunda rodada, 97,5%; e, na terceira e quarta rodadas, 94,8%. O resultado final foi um instrumento com 69 questões. Destas, 10 não chegaram à estabilidade de respostas. As 59 (85,5%) questões que atingiram a estabilidade podem ser divididas em: um grupo de 44 itens (74,6%) que atingiram grau de consenso alto entre os experts; um grupo de 12 itens (20,4%) que atingiram grau de consenso intermediário; e um grupo de 3 itens (5%) que atingiram grau de consenso baixo. A construção desta proposta de instrumento para a avaliação das RAS a partir de dois atributos essenciais tem por intuito central apoiar o desenvolvimento de políticas públicas de saúde e colaborar com as pesquisas relacionadas às avaliações mais sistêmicas dos serviços de saúde. Novos estudos que possam dar sequência a este projeto são de extrema importância a fim de aprimorar o resultado alcançado. Desta forma, no futuro, será possível ofertar um instrumento validado que permita a comparação dos diversos tipos de redes de atenção à saúde, e que, ainda, possibilite avaliar o impacto desta forma de organização das ações e serviços de saúde no estado de saúde da população.