Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Reuter, Cézane Priscila |
Orientador(a): |
Mello, Elza Daniel de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/179043
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Resumo: |
Introdução: Estudos com adolescentes tem demonstrado baixa prevalência de síndrome metabólica (SM) utilizando os atuais critérios para diagnóstico. Para crianças ainda não existe classificação para esta condição, sendo utilizados pontos de corte adaptados para a população adulta ou apenas dados do histórico familiar. Além disso, os atuais critérios não apresentam concordância no diagnóstico, não havendo um consenso do melhor a ser utilização para a população infanto-juvenil. Alguns estudos internacionais tem utilizado um novo critério, baseado na avaliação do risco metabólico (RM), por peio de um escore contínuo (continuous metabolic risk score; cMetS). Porém, na população infanto-juvenil brasileira, este escore ainda foi pouco explorado. Objetivo: Avaliar a concordância entre os principais critérios de diagnóstico de SM e a validade do cMetS em adolescentes de 10 a 17 anos de idade e testar a aplicação deste escore em crianças com menos de 10 anos. Método: Estudo transversal composto por uma amostra de 2400 escolares, sendo 1739 adolescentes, de ambos os sexos, do município de Santa Cruz do Sul-RS. Foram utilizados três diferentes critérios para o diagnóstico da SM em adolescentes: International Diabetes Federation (IDF), Ferranti e Cook. A concordância entre os critérios foi avaliada por meio do teste de Kappa. O cMetS foi calculado utilizando a soma do escore Z de seis fatores de risco às doenças cardiovasculares (DCV): circunferência da cintura (CC), pressão arterial sistólica (PAS), níveis séricos de triglicerídeos (TG), colesterol de alta densidade (HDL-c; high density lipoprotein) e glicose, e aptidão cardiorrespiratória (APCR). Os valores de HDL-c e APCR foram multiplicados por -1, por indicarem uma relação inversa com os fatores de risco às DCV. Foram criados pontos de corte para o cMetS, considerando como referência os três critérios para SM, por meio da curva ROC (receiver operator characteristic). Para crianças, foi realizado o agrupamento dos fatores de risco às DCV. Foram considerados como RM os valores de CC, PAS, TG e glicose no último quartil e de HDL-c e APCR no primeiro quartil. Os valores médios do cMetS foram comparados de acordo com o número de fatores de risco agregados. A análise de componentes principais também foi utilizada para avaliar a agregação entre os fatores de risco nas crianças. Resultados: Foi encontrada baixa prevalência de SM nos adolescentes (1,9% para Cook, 5,0% para Ferranti e 2,1% para IDF). Foi demonstrada concordância regular (Ferranti – IDF) e moderada (Cook – Ferranti; Cook – IDF) entre os critérios. A alteração na PAS foi a condição mais frequente em todos os critérios e as menos frequentes foram nos níveis séricos de glicose (Cook e Ferranti) e de HDL-c (IDF). O melhor ponto de corte para o cMetS foi estabelecido em 3,40 para meninos (sensibilidade: 100,0%; especificidade: 92,9%; AUC: 0,978) e 3,61 para meninas (sensibilidade: 100,0%; especificidade: 93,1%; AUC: 0,991). Para estes pontos de corte, foi encontrado RM em 8,9% dos adolescentes (9,4% para o sexo masculino e 8,5% para o sexo feminino). Foi obtida relação linear entre os valores médios do cMetS com o número de componentes da SM (média de cMetS de -1,09 para nenhum componente presente e 6,66 para 3 componentes ou mais). Em crianças, o agrupamento dos fatores de risco foi evidenciado em 10% da amostra. O cMetS demonstrou relação linear com o aumento do número de fatores de risco às DCV (nenhum fator de risco: -3,29 para ambos os sexos; 5 fatores de risco: 7,45 para o sexo masculino e 7,25 para o sexo feminino). Conclusões: A baixa prevalência de SM e a baixa concordância entre os critérios existentes sugere a necessidade de elaboração de novos critérios para diagnóstico de SM na população infanto-juvenil. A utilização do cMetS parece ser válida para crianças e adolescentes e consegue detectar maior proporção de escolares com RM, em comparação aos atuais critérios para diagnóstico de SM. |