Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Sponchiado, Aline Romani |
Orientador(a): |
Salum Junior, Giovanni Abrahão |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/234600
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Resumo: |
Introdução: Habilidades socioemocionais são competências relacionadas à regulação emocional, coping, empatia, habilidades pró-sociais e motivação. Apesar da associação com melhores chances de vida, poucos estudos investigam como se relaciona com psicopatologia e desfechos educacionais. Além disso, não há estudos que investiguem sua trajetória ao longo do desenvolvimento e associações entre habilidades socioemocionais e ligações etiológicas com a genética e exposições ambientais. Portanto, o objetivo principal desta tese foi investigar o construto das habilidades socioemocionais, considerando sua etiologia, sua associação com a psicopatologia e seu impacto nos desfechos educacionais. Para melhor compreensão do construto, foram realizados três estudos empíricos. O Artigo #1 investigou se os atributos positivos (uma medida unidimensional das habilidades socioemocionais) e a psicopatologia apresentam um impacto de longo prazo um sobre o outro e se há efeitos interativos na previsão de alfabetização e evasão escolar. O Artigo #2 investigou os fatores etiológicos associados às trajetórias atributos positivos desde a infância até a idade adulta jovem, considerando experiências ambientais de adversidade, genética e sua interação. O Artigo #3 enfocou na diferenciação de dois aspectos das habilidades socioemocionais: empatia e compaixão. O estudo se concentrou em compreender se esses traços são distintos e como ambos estão associados a afeto negativo (sintomas de burnout, depressão, ansiedade e raiva) em estudantes de graduação e profissionais de medicina, psicologia e enfermagem, uma população especial para a qual as habilidades socioemocionais não desempenham apenas um papel no bem-estar geral, mas também na constituição de uma experiência profissional. Métodos: Os artigos #1 e #2 usaram dados de uma grande coorte de jovens da comunidade com base na escola (n = 2.511, 6-14 anos de idade, 45% mulheres) que foram 9 avaliados e acompanhados por 3 anos (80% de retenção) e 6 anos (71% de retenção). Atributos positivos foram avaliados em ambos os estudos pelo Youth Strength Inventory (YSI). No Artigo #2, a exposição a ameaças e privações na infância foi acessada por modelos de medidas compostas latentes. Fatores genéticos foram avaliados por escores de risco poligênico para características não cognitivas (NonCog PRS). O artigo #3 acessou um total de 461 alunos de graduação atualmente matriculados em uma universidade e profissionais ativos nas áreas de medicina, psicologia e enfermagem. Empatia e compaixão foram avaliadas com as subescalas Interpersonal Reactivity Index (IRI) e Empathy Index. O afeto negativo foi avaliado por meio do PROMIS - escalas de depressão, ansiedade e raiva, já o burnout, com o Medical Student Well-Being Index (MSWBI). Os dados foram analisados com modelos de equações estruturais (SEM). Resultados: O artigo #1 demonstrou que os atributos positivos previram negativamente e foram preditos negativamente pelo fator geral de psicopatologia e por conduta no modelo de painel cross-lagged. Atributos positivos e conduta previram evasão escolar, enquanto o fator geral da psicopatologia previu menor capacidade de alfabetização. No entanto, a associação protetora de atributos positivos sobre o abandono escolar diminui à medida que aumenta o fator geral da psicopatologia. O Artigo 2 demonstrou que as trajetórias de YSI diferem por sexo, com as meninas demonstrando pontuações de YSI mais altas do que os meninos até o início da adolescência e pontuações semelhantes desde a adolescência até jovem adulto. A exposição à adversidade está associada a menor YSI ao longo do tempo e essa associação foi mais pronunciada no início do desenvolvimento e atenuada conforme a criança faz a transição para a idade adulta jovem. Em contraste, NonCog PRS não apresentou associações com níveis médios ou de trajetória de YSI e não encontramos interações gene-ambiente. O artigo #3 indica que a empatia está associada a um maior afeto negativo, enquanto a compaixão está associada a um menor 10 afeto negativo, sugerindo que são diferentes tipos de habilidades socioemocionais e que essa distinção pode ter implicações para os profissionais de saúde. Conclusão: Esta tese fornece novas evidências sobre habilidades socioemocionais em crianças, adolescentes e adultos. Por meio de três estudos empíricos, mostramos que o estudo das habilidades socioemocionais é fundamental para compreender as habilidades que podem promover melhores oportunidades de vida, pensadas no ciclo vital, como melhor saúde mental e conquistas educacionais. |