Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Weinmann, Amadeu de Oliveira |
Orientador(a): |
Fischer, Rosa Maria Bueno |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/14826
|
Resumo: |
Inspirada nas pesquisas arqueológicas e genealógicas do filósofo Michel Foucault, esta tese coloca-se o seguinte problema: quais as condições de possibilidade do aparecimento da infância na Modernidade? E propõe uma forma de abordagem dessa questão: a partir do momento em que ser um sujeito racional – tanto do ponto de vista epistêmico, quanto moral – constitui-se em um imperativo nas culturas ocidentais, a infância surge em uma posição de alteridade à razão. Nessa perspectiva, a escolarização moderna cumpre um papel crucial: ela promove a separação das idades, o confinamento dos pequenos e sua rigorosa moralização. A educação disciplinar configura-se como o instrumento por meio do qual os infantis podem realizar sua virtualidade racional. Na Modernidade, os jogos entre razão e não razão assumem múltiplas modalidades. Nesse sentido, esta tese delineia três modos de subjetivação infantil. A infância comeniana situa-se nos níveis elementares de uma progressão racional, cuja plenitude encontra-se em Deus. A rousseauniana constitui-se como o outro da razão humana e é espontaneamente orientada para a razão. E a freudiana tensiona permanentemente o projeto racionalista moderno. Ademais, tais formas de subjetivação mantêm distintas relações com a educação disciplinar e o ideal de renúncia, que lhe concerne: a infância comeniana elabora-se em suas dobras, a rousseauniana incorpora a resistência infantil a tal técnica de governo e a freudiana propõe uma abordagem clínica de seus efeitos sobre os infantis. Além disso, cada uma dessas modalidades de elaboração de si constitui formas próprias de resistir à infantilização: na comeniana é a indisciplina, na rousseauniana é o desvio psicopedagógico ou a anomalia psiquiátrica e na freudiana é o gozo de sua potência sexuada e mortífera. |