Sexualidade e gênero nos currículos dos cursos de pedagogia de universidades estaduais do Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pelegrini, Dayenne Karoline Chimiti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214148
Resumo: Gênero e sexualidade tem sido alvo de construções discursivas diversas por sua representatividade na constituição das subjetividades e por permear as relações sociais, culturais e históricas. A instituição educativa e o sistema educacional têm sido um importante espaço de formação e veiculação desses temas e, por conseguinte, da geração de identidades marcadas pelas vivências nesse espaço. Nesse sentido, elegi como objetivo principal analisar como as disposições sobre sexualidade e gênero contidas na Resolução CNE n. 02/2015 foram apropriadas pelos currículos dos Cursos de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade Estadual de Londrina. Como objetivos específicos busquei mapear as principais políticas curriculares nacionais que tematizaram sexualidade e gênero, para situar e historicizar essas produções, seus desdobramentos e repercussões nos currículos que compõem os cursos de formação de pedagogos/as da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade Estadual de Londrina; Comparar os PPCs, ementários e programas dessas universidades buscando aproximações e distanciamentos entres os mesmos e as prescrições da Resolução CNE n. 02/2015 no tangente a sexualidade e gênero. Para tanto, realizei uma análise documental, na qual selecionei como fontes primárias a Resolução CNE n. 02/2015, os Projetos Políticos de Cursos, as ementas e programas de ensino. Os documentos foram examinados sob a ótica dos conceitos de dispositivos de sexualidade e de gênero, compreendidos a partir das obras de Michel Foucault (1999, 2008a), Joan Scott (1995) e Judith Butler (2000; 2003). Ao analisar os currículos da UEM e da UEL e suas apropriações de gênero e sexualidade percebi que em ambas as instituições a Resolução CNE n. 02/2015 teve pouco impacto para a ampliação e detalhamento dessas pautas. O mapeamento e a contextualização das políticas curriculares sobre sexualidade e gênero me permitiram afirmar que esse resultado insuficiente sofreu um influxo proveniente dos avanços reacionários e conservadores que atacaram as parcas conquistas obtidas em anos anteriores. Ante a essa conclusão desalentadora reafirmo o entendimento dos currículos como arenas delimitadas por relações de poder nas quais as disputas são tensionadas, mas que é possível criar formas de insurgência. Cabe aos educadores buscar brechas, constituir espaços de lutas e resistências.