Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Basso, Aline Radaelli |
Orientador(a): |
Fleury, Lorena Cândido |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/277591
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Resumo: |
Esta pesquisa analisa a relação entre infraestruturas e mudanças climáticas na região sul do estado do Amazonas. Apoiada nas discussões produzidas na interface da sociologia das mudanças climáticas, dos Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia, e dos estudos das infraestrutura, procura-se responder de que modo o emaranhado de infraestruturas existentes no Sul do Amazonas produzem efeitos que fazem existir as mudanças climáticas para ribeirinhos e indígenas. Ancorada nas contribuições teórico-metodológicas da Teoria Ator Rede, a pesquisa apresenta uma descrição crítica sobre os modos pelos quais os ribeirinhos da comunidade de Laranjeiras, no rio Madeira, e indígenas Tenharin da TI Tenharin-Marmelos sentem e experimentam o clima. Para tanto, ao longo da tarefa de “seguir os atores”, acionei como ferramental metodológico a observação direta, entrevistas semi-guiadas registradas em áudio, caderno de notas, diário de campo e registros fotográficos. As motivações da escolha do lugar da pesquisa empírica levaram em conta a confluência das diversas infraestruturas presentes e outras porvir. No contexto de ser considerada uma nova fronteira agrícola (AMACRO), acontecimentos como desmatamento, queimadas e mudança de uso da terra emergem na esteira das práticas que fazem a região compor o chamado novo arco do desmatamento. Surge então uma infraestrutura da plantation como vetor não apenas da mutação climática local, como também de pressões e ameaças aos modos de habitar dos interlocutores. No bojo destas infraestruturas da modernidade, emergem ainda outras infraestruturas emaranhadas que produzem atravessamentos e intensificam os efeitos das mudanças climáticas: as rodovias BR-319 e BR-230 (Transamazônica), a barragem da UHE Santo Antônio, em Porto Velho, Rondônia, e a UHE Tabajara como infraestrutura porvir. Ao longo da experiência em campo, o sentir e experimentar – sentimentar o clima – era associado a infraestruturas que emergiam como marcadores da intensificação de um evento climático. Assim, evidenciou-se que a sobreposição destes traz camadas de perturbação para além do que já é sentido e experimentado como instável e imprevisível. Entretanto, como em uma dança de agências, as infraestruturas afetam e são afetadas pelas mudanças climáticas. Desta monta, a interação entre mudanças climáticas e infraestruturas é o que faz existir o sentimentar o clima e as camadas de perturbação, que se ampliam para além da soma das partes, pois os efeitos se sobrepõem em meio a tal emaranhado de infraestruturas. Finalmente, o trabalho traz a possibilidade de considerarmos as mudanças climáticas em si como uma infraestrutura da modernidade agindo em diferentes escalas espaço-temporal. Localmente ela é performada pela experimentação ontológica que ribeirinhos e indígenas operam por meio do sentimentar o clima. Assim, a infraestrutura do clima passa a ser visível, palpável e sentimentada a partir de seus pequenos colapsos quando falha, isto é, por meio das camadas de perturbação que reverbera à indígenas Tenharin e ribeirinhos da comunidade de Laranjeiras do rio Madeira. |