"Há diferença"? : relações entre desempenho escolar e gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Dal Igna, Maria Cláudia
Orientador(a): Meyer, Dagmar Elisabeth Estermann
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/199819
Resumo: A presente dissertação discute e analisa como o gênero atravessa (é incorporado e mobilizado) e constitui o discurso pedagógico que, articulado com outros discursos, define e regula o que se entende por desempenho escolar nos anos iniciais de escolarização. Na articulação dos campos dos estudos de gênero, estudos culturais e pós-estruturalismo, procurei investigar os significados atribuídos ao desempenho escolar, aquilo que chamei de conteúdo da noção de desempenho escolar. Considerando que essa noção é definida em meio a relações de poder, interessou-me também mapear e descrever alguns dos modos pelos quais o poder se exerce, operando na produção de sistemas que são comumente utilizados para mensurar e/ou qualificar o desempenho escolar de alunos e alunas. Com esse objetivo, para compor meu corpus de pesquisa, desenvolvi um procedimento de investigação, que intitulei Grupo de discussão, com professoras de séries iniciais das redes municipal e estadual de ensino da cidade de São Leopoldo/RS. Explorei o material empírico, produzido no contexto desse grupo, valendo-me dos pressupostos da análise de discurso foucaultiana e utilizando como ferramentas analíticas os conceitos de discurso, gênero, linguagem, poder, norma, dentre outros. A trama das ferramentas com os materiais possibilitou-me argumentar que a definição da noção de desempenho escolar está relacionada com a instauração de um conjunto de normatividades – elementos normativos – que permitem comparar, diferenciar, classificar, avaliar, enfim, atribuir determinados significados aos desempenhos escolares. Tais normas funcionam como medidas comuns que permitem às professoras avaliar todos e todas – separando-os em normais e anormais, regulando e conformando aquilo que entendemos por desempenho escolar normativo. Discuto ainda como gênero atravessa e constitui as normas de conhecimento e de comportamento funcionando, ao mesmo tempo, como organizador e desorganizador das normas, o que me permite argumentar que gênero, de forma explícita e/ou implícita, é um dos elementos constitutivos daquilo que se entende por desempenho escolar.