Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Freitas, Gabriel Rodrigues Martins de |
Orientador(a): |
Heineck, Isabela |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/174473
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Resumo: |
Introdução: As morbidades e mortalidade relacionadas ao uso de medicamentos (MRM) representam um desafio para a saúde pública e são consequências da utilização não efetiva e insegura dos medicamentos. Estudos internacionais mostram como as MRM afetam pacientes internados no hospital e como podem ser evitadas na maioria dos casos. Entretanto, pouco é conhecido sobre as MRM na prática ambulatorial. Estas pesquisas têm abordado as consequências clínicas negativas para os usuários de medicamentos e sugerem que vultosas somas de recursos financeiros são utilizadas para manejar e resolver estas morbidades ao redor do mundo. Já no Brasil, o conhecimento sobre as MRM é escasso em ambas perspectivas e o seu impacto econômico é desconhecido. Objetivo: O propósito desta Tese foi obter uma estimativa sobre os gastos com morbidade e mortalidade associadas ao uso de medicamentos no Brasil, utilizando modelos farmacoeconômicos (teórico e empírico). Métodos: Foram considerados como morbidades relacionadas a medicamentos os novos problemas de saúde advindos da utilização de uma farmacoterapia (por exemplo, reações adversas, dependência a medicamentos e intoxicação por overdose) e as falhas terapêuticas (por exemplo, efeito insuficiente dos medicamentos e problemas de saúde não tratados). Foram conduzidos dois estudos utilizando abordagens distintas (bottom up e top down) na coleta de dados sobre custos. O primeiro estimou, por meio da análise do tipo microcosting, os custos para resolução de Morbidades Relacionadas a Medicamentos em casos identificados no serviço de emergência de um hospital universitário. Resultados: O custo médio para tratar cada um desses pacientes é de aproximadamente R$ 2.200. Reações adversas a medicamentos, falta de adesão à farmacoterapia e problemas resultantes da administração de doses incorretas foram as causas mais prevalentes das morbidades. No segundo estudo, um modelo do tipo cost-of-illness foi traduzido e adaptado para a realidade brasileira, e então um painel com especialistas (farmacêuticos e médicos) foi realizado para estimar a proporção de pacientes que experimentam uma MRM, a proporção de MRM evitáveis e as consequências clínicas resultantes desta morbidade. A partir disto, o custo das MRM para o sistema de saúde brasileiro foi modelado, baseado em estatísticas nacionais sobre o consumo de serviços de saúde. Os especialistas julgaram as morbidades relacionadas a medicamentos como um evento bastante frequente. De acordo com esta estimativa central, as MRM seriam responsáveis por um uso considerável de recursos, podendo chegar a 23% do orçamento público anual total destinado à saúde no Brasil. Para cada real gasto com medicamentos, pelo Ministério da Saúde no Brasil, cinco reais seriam gastos para resolver as MRM. Da mesma forma foi verificado que mais da metade dos casos seriam evitáveis. Conclusão: As MRM são, de fato, um problema de ordem econômica-orçamentária, clínica e humanística para os usuários de medicamentos e para o sistema de saúde brasileiro, e que é imperiosa a criação de políticas públicas e ações capazes de evitar os danos gerados pelo uso não racional de medicamentos, garantir a segurança dos pacientes, bem como uma melhor alocação de recursos em saúde. |