Jeguatá : uma etnografia do percurso pelo reconhecimento dos direitos territoriais Mbyá-Guarani

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Denardi, Mariana Machado
Orientador(a): Anjos, José Carlos Gomes dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/267351
Resumo: Este trabalho busca analisar o território mbyá-guarani enquanto expressividade a partir de uma etnografia dos acontecimentos, onde diferentes perspectivas sobre o território se enunciam e se conformam de forma complexa e dinâmica. Como campo de pesquisa, o estudo se delineia a partir da instituição do Grupo Técnico (GT) da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) de identificação e delimitação de áreas guarani na região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul e de seus desdobramentos, conformando a demanda territorial mbyá-guarani. Busquei um enquadramento teórico-espistemológico que permitisse situar os acontecimentos analisados em um “entre-lugar”, reconhecendo um espaço de liminaridade e uma temporalidade intervalar situados no meio das designações de identidade e de território (BHABHA, 1998). Nesse exercício de análise, me propus a conferir centralidade aos acontecimentos, evidenciando a dimensão processual e relacional do território enquanto expressividade, conformado de forma fluida a partir de discursos e dispositivos em negociação, reconhecendo o protagonismo mbyá nesse processo sem, no entanto, negligenciar mecanismos de controle, tutela e repressão por parte do Estado e sociedade em geral. Problematizo natureza, cultura, direito, tecnociência, política enquanto categorias substanciais alertando sobre o quanto esse engessamento serve aos mecanismos pós-coloniais para desqualificar e deslegitimar os direitos territoriais indígenas. Nesse sentido, discuto as implicações políticas da produção de conhecimento científico e o nosso papel enquanto mediadores. Por fim, o percurso de pesquisa me levou a constantes deslocamentos epistemológicos que exigiram a ampliação das dimensões desse conflito para abarcar elementos de uma cosmopolítica mbyá. Essa pesquisa é fruto do percurso de aprendizado acadêmico e pessoal junto aos Mbyá com quem tive a oportunidade de conviver, e este produto final encontra-se situado em uma zona de conforto epistemológico provisória.