Prevalencia de silicose e repercussões na qualidade de vida de mineradores de pedras preciosas e semipreciosas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Souza, Tamires Patrícia
Orientador(a): Moreira, José da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/119388
Resumo: Introdução: A exposição ocupacional na mineração de pedras preciosas e semipreciosas pode causar silicose. Os efeitos da silicose sobre a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) dos trabalhadores não são bem conhecidos. Objetivo: Estudar a prevalência de silicose em trabalhadores de mineração de pedras preciosas e semipreciosas e avaliar as repercussões da silicose sobre a QVRS destes trabalhadores. Método: Num estudo transversal realizado em Ametista do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil foram estudados 348 mineradores. O diagnóstico de silicose foi estabelecido pela história de exposição e alterações compatíveis com a doença observadas na radiografia de tórax. Foram coletados dados antropométricos e socioeconômicos, história tabágica, dados sobre exposição ocupacional e resultados da espirometria e da radiografia de tórax. A QVRS foi avaliada através do questionário World Health Organization Quality of Life (WHOQoL-Bref) e do Saint George's Hospital Respiratory Questionnaire (SGRQ). Os dados são apresentados como média ± DP ou mediana (IQR). Resultados: Foram avaliados 348 trabalhadores, do sexo masculino, com idade de 40±12 anos. A prevalência de silicose foi de 37% (95% DP 32-42). Trabalhadores com silicose eram mais velhos (47±10 anos vs 36±11 anos; p<0,001), tinham menor escolaridade (5±2 anos vs 7±3 anos p<0.001), menor renda (R$ 1152 [835-1411] vs R$ 1382 [1152-1736]; p=0,001) e maior tempo de exposição (28±10 anos vs 16±10 sem silicose, p<0,001). Trabalhadores com silicose tinham pior capacidade vital forçada (CVF; 71±20 % predito vs 93±15% predito; p<0,001) e volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1; 65±21 % predito vs 92±11% predito; p<0,001). A qualidade de vida esteve mais comprometida nos trabalhadores com silicose (WHOQoL-Bref 11,9±4,0 pontos vs 14,7±2,4 pontos, p<0,001) em comparação com os sem silicose. No SGRQ o maior comprometimento foi observado no domínio atividades no grupo com silicose em comparação com o grupo sem silicose (31,9±26,2 vs 2,8±8,7; p<0,001). Conclusões: A prevalência de silicose em trabalhadores de mineração foi elevada. A doença está relacionada com a exposição à sílica e proteção individual inadequada e tem um impacto negativo na qualidade de vida dos trabalhadores.