Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Sá, Yago Amigo Pinho Jannini de |
Orientador(a): |
Martins, Patrícia Machado Rodrigues e Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43240
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Resumo: |
A silicose é uma doença crônica, de caráter ocupacional, que se caracteriza pelos componentes inflamatório e fibrogênico, com marcada formação de granuloma. É irreversível e não há tratamento efetivo disponível até o momento. A adenosina é um nucleosídeo cuja implicação na fibrose tem sido reportada, o que a coloca como um potencial alvo terapêutico para doenças fibróticas. Neste estudo, investigamos o envolvimento da adenosina na fibrose pulmonar em camundongos silicóticos. A reatividade de fibroblastos pulmonares in vitro também foi avaliada. Camundongos foram instilados, por via intranasal, com partículas de sílica e as análises feitas em 7 ou 28 dias. Os parâmetros avaliados incluíram a função pulmonar (resistência e elastância), através do sistema de pletismografia de corpo inteiro invasiva, e alterações teciduais por técnicas morfológicas e morfométricas e as colorações de H&E e Picro sirius. Foram também realizados ensaios in vitro com fibroblastos pulmonares obtidos de camundongos controles, submetidos à estimulação com IL-13 e adenosina, e com análise de proliferação e produção de MCP-1. Os camundongos silicóticos apresentaram aumento de resistência e elastância, tanto em 7 como em 28 dias pós-sílica, em paralelo à fibrose progressiva e formação de granulomas. A expressão da ectonucleotidases CD39 e CD73, responsáveis pela formação de adenosina a partir do ATP, se mostrou aumentada no tecido pulmonar, na fase inicial da silicose Os receptores de adenosina tiveram sua expressão alterada no pulmão dos animais silicóticos, refletindo aumento nos receptores A1 e A2B e redução no receptor A2A, em condições onde o A3 ficou inalterado. Os ensaios in vitro mostraram que a estimulação de fibroblastos com a adenosina induziu aumento na taxa de proliferação e produção de MCP-1, fenômenos sensíveis ao tratamento com antagonista seletivo do receptor A2A (ZM 241385). Fibroblastos de camundongos nocautes para o receptor A2A foram refratários à estimulação por adenosina. O aumento da proliferação foi também observado quando da estimulação dos fibroblastos pela IL-13, fenômeno suprimido pelo antagonista do receptor A2A. Estes dados indicam a participação intermediária da adenosina na ação prófibrótica da IL-13, mediante ligação ao receptor A2A. A supressão da proliferação dos fibroblastos por IL13 foi também notada quando do tratamento com os inibidores das enzimas CD39 e CD79. Verificamos, ainda, que camundongos nocautes para o gene que codifica para o receptor A2A apresentaram redução do quadro silicótico, expresso tanto no que se refere ao comprometimento da função pulmonar como a resposta fibrótica. Em conclusão, nossos resultados mostram de forma original que a adenosina parece estar implicada na resposta fibrótica associada ao quadro silicótico em camundongos, por um mecanismo dependente, pelo menos em parte, de sua ação indutora de proliferação sobre fibroblastos, e de sua ação sobre o receptor A2A. Além disso, nossos resultados sugerem que antagonistas do receptor A2A da adenosina poderiam vir a constituir uma ferramenta farmacológica útil de aplicação em doenças fibróticas pulmonares como a silicose. |