“Planejar não é um bicho de sete cabeças” : estudos colaborativos no enfrentamento das dificuldades de formandos em preparar aulas de educação física na escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gonçalves, Valéria
Orientador(a): Fraga, Alex Branco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/230873
Resumo: Com a presente pesquisa, objetivou-se compreender de que modo um grupo de estudos colaborativo pode contribuir para o enfrentamento de dificuldades encontradas por acadêmicos durante o processo de planejamento de aulas de Educação Física (EF) escolar. Mais especificamente, mapear as percepções de estudantes de licenciatura em EF acerca do planejamento, bem como identificar os fatores que os mobilizam a encarar o desafio de planejar em consonância com os documentos curriculares vigentes. Para tanto, foi realizada uma análise documental com a utilização de dados secundários provenientes de um grupo de estudos de uma Instituição de Ensino Superior (IES) da Região Sul do Brasil. Os documentos produzidos em grupo e analisados nesta dissertação resultaram das transcrições de gravações de áudio dos encontros e entrevistas; de prints de mensagens eletrônicas; e do registro fotográfico das reuniões. A partir da análise temática dos documentos, foi possível identificar que os acadêmicos percebem o planejamento de aulas de EF como um importante elemento para o processo de ensino e aprendizagem, mas, ao mesmo tempo, também o consideram difícil/complexo, uma espécie de “bicho de sete cabeças”. Essa figura fantasiosa foi citada por integrantes do grupo para traduzir o grau de dificuldade percebida por eles mesmos no processo de elaboração de seus planos de aulas na iniciação docente em escolas. Destacadamente, as principais dificuldades relatadas por eles foram as seguintes: receio de planejar para alunos do Ensino Médio; dificuldade em compreender os documentos curriculares que orientam o planejamento; dificuldade de inserir conhecimentos para além dos procedimentais; falta de entendimento dos critérios de avaliação; e dificuldade de tratar pedagogicamente conteúdos estudados ao longo da graduação. Os resultados demonstram que, apesar de o grupo de estudos não ter “eliminado o bicho”, o estudo de assuntos específicos, como o papel da EF na escola; o modo como os documentos curriculares estão organizados; a divisão dos saberes corporais em para praticar e para conhecer, e a avaliação diagnóstica, contribuíram para que os acadêmicos visualizassem as formas de enfrentamento que estão ao seu alcance. Especialmente, a metodologia do trabalho de grupo, inspirada na pesquisa-ação e aplicada no processo de organização das atividades de ensino, que resultaram na documentação analisada nesta dissertação, mostrou-se potente estratégia de ensino para a formação inicial de professores, pois os estudantes puderam compartilhar suas experiências e angústias, em busca de novos caminhos e soluções para os desafios surgidos durante suas intervenções na escola. Apesar dos limites de um estudo colaborativo, registrado sob a forma de projeto de extensão universitária, concluiu-se que o uso dessa estratégia de trabalho formativo traz excelentes resultados, em termos de aprendizagem sobre o ato de planejar aulas de EF; portanto, é possível sugerir sua adoção em outros momentos e espaços da graduação, tais como nas disciplinas que antecedem as práticas pedagógicas, nos próprios estágios curriculares e nos programas de formação em serviço como o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) e a Residência Pedagógica.