The role of translation experience in syntactic complexity and thought organization in the written production of english-portuguese translators

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Kahn, Hannah dos Santos
Orientador(a): Finger, Ingrid
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/271371
Resumo: Bilíngues tradutores são considerados expertos em ambas as suas línguas de trabalho (KROLL; DUSSIAS; BAJO, 2018). A literatura recente tem focado o dual-language context como essencial para que sejam identificadas vantagens em bilíngues (GREEN; ABUTALEBI, 2013; VAN DER LINDEN et al., 2018). Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo investigar em que medida a experiência tradutória afeta o nível de complexidade sintática e de organização do pensamento em textos escritos produzidos por tradutores português-inglês, e se textos orais produzidos pelos mesmos participantes são comparáveis aos textos escritos. Para este fim, foram coletados dados de três grupos: tradutores profissionais (n = 28), tradutores em formação (n = 7) e bilíngues não tradutores (n = 29). Os três grupos foram comparados a partir de duas tarefas linguísticas que envolveram diferentes modalidades (Tarefa de Produção Escrita e Tarefa de Produção Oral) e línguas (português e inglês). A complexidade sintática de todos os textos produzidos foi analisada considerando-se T-Units (HUNT, 1965) e a análise da organização do pensamento foi feita através da ferramenta SpeechGraphs (MOTA et al., 2016). Para a complexidade sintática em textos escritos, nossas hipóteses eram que esperava-se que o grupo de tradutores apresentasse níveis maiores de complexidade sintática – medida pelo número de T-Units – do que os grupos de tradutores em formação e bilíngues em seus textos escritos, tanto em português como em inglês, e que uma diferença entre tradutores em formação e bilíngues também seria encontrada, com tradutores em formação apresentando níveis maiores de complexidade sintática. Para textos orais, esperava-se que não fossem encontradas diferenças significativas na comparação dos três grupos na análise de complexidade sintática, tanto em português como em inglês. Para a organização do pensamento em textos escritos, esperava-se que tradutores apresentassem níveis melhores, tanto em português como em inglês, do que tradutores em formação e bilíngues, e que tradutores em formação também apresentassem níveis melhores do que bilíngues. Para textos orais, esperava-se que não fossem encontradas diferenças significativas na comparação dos três grupos, tanto em português como em inglês. Na comparação entre tradutores e bilíngues, os resultados indicaram que tradutores produziram textos mais sintaticamente complexos ao produzir menos T-Units na tarefa de produção escrita em inglês, mas não em português. Na tarefa oral, tradutores produziram menos clauses do que bilíngues, mas não foram encontrados outros resultados significantes para as demais condições ou no inglês. Para organização do pensamento, os grupos tiveram performances semelhantes tanto nas tarefas escritas como nas orais, indicando que os grupos são comparáveis entre si e que a experiência tradutória não afetou essa variável. Na subanálise comparando tradutores, estudantes de tradução e bilíngues, não foram encontradas diferenças significativas para a complexidade sintática na tarefa escrita. Na tarefa oral, tradutores continuaram a produzir menos clauses do que estudantes de tradução e bilíngues em português. Para organização do pensamento, não foram encontrados resultados significantes, mais uma vez indicando que todos os grupos tiveram performances semelhantes e que os grupos são muito comparáveis para que diferenças sejam encontradas. Esta pesquisa contribui para um melhor entendimento da experiência bilíngue e como bilíngues trabalhando em contextos específicos de uso de língua se desempenham quando comparados a outros bilíngues, visto que nossos resultados apontam para a possibilidade de identificar-se diferenças relacionadas a aspectos linguísticos entre grupos de bilíngues com diferentes contextos de uso de suas línguas. Além disso, nossos resultados indicam que diferentes experiências bilíngues não evidenciam, necessariamente, diferenças na organização do pensamento na análise de textos escritos, apesar das experiências diferentes possibilitarem a identificação de diferenças em textos orais. Com nossos resultados e nossas discussões, podemos acrescentar novas informações às discussões teóricas sobre experiência bilíngue e, mais especificamente, sobre experiência tradutória, além de ter implicações pedagógicas, já que a pesquisa pode ajudar a melhorar estratégias gerais de ensino de L2 e de treinamento específico para tradutores.