Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Glänzel, Nícolas Manzke |
Orientador(a): |
Leipnitz, Guilhian |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/194368
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Resumo: |
A deficiência da sulfito oxidase (SO) é um erro inato do metabolismo de herança autossômica causada pela deficiência isolada da enzima ou por defeitos na síntese do cofator molibdênio. A doença é bioquimicamente caracterizada pelo acúmulo tecidual e elevada excreção urinária predominantemente de sulfito. Os pacientes apresentam convulsões graves, anormalidades nos gânglios basais e desmielinização que frequentemente causam óbito nos primeiros meses de vida. Visto que a etiopatogenia do dano neurológico observado na deficiência da SO não está esclarecida, avaliamos os efeitos da administração intraestriatal de sulfito (2 mol) sobre parâmetros de estrutura e compactação da mielina e de inflamação em estriado de ratos jovens eutanasiados 7 dias após a administração. Além disso, visando contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para essa doença, avaliamos a influência da administração por gavagem de bezafibrato (BEZ; 30 ou 100 mg/kg/dia) realizada antes (pré-tratamento) ou depois (pós-tratamento) da injeção de sulfito. A administração de sulfito diminuiu os feixes de axônios no estriado, observado através da marcação da Fluoromielina, uma sonda com alta sensibilidade que marca áreas mielinizadas, e também a intensidade da marcação da proteína básica de mielina (MBP), um componente integral da mielina. O sulfito ainda aumentou a marcação de neuroglicano-2 (NG2), um marcador de células precursoras de oligodendrócitos, indicando indução de remielinização. Tanto o pré- quanto o pós-tratamento com BEZ atenuaram ou preveniram a diminuição dos feixes de axônios e a marcação da MBP, ao passo que o pós-tratamento preveniu o aumento da marcação do NG2. Além disso, foi observado que o sulfito aumentou a intensidade da marcação da molécula adaptadora ligante de cálcio ionizado-1 (Iba1), e que o pós-tratamento com BEZ preveniu esse efeito. No que se refere aos parâmetros indicativos de processo inflamatório, o sulfito aumentou os níveis do RNAm do fator de transcrição NFkB, porém não modificou os níveis do RNAm das citocinas fator de necrose tumoral e interleucina-1β. Portanto, nossos resultados demonstram que o sulfito causa alterações na mielina e induz inflamação em estriado. Pode ser presumido que tais mecanismos patológicos contribuem, ao menos em parte, para as anormalidades e desmielinização dos gânglios basais observadas em pacientes com deficiência da SO. Já o fato de o BEZ ter prevenido alguns dos efeitos tóxicos do sulfito sugere que esse composto pode ser um potencial adjuvante a ser usado na terapia para a deficiência da SO. |