Na sensibilidade da memória estudantil : prédios e espaços escolares nas narrativas de estudantes em Porto Alegre/RS (1920-1980)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Grimaldi, Lucas Costa
Orientador(a): Almeida, Dóris Bittencourt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/149053
Resumo: A presente dissertação investiga narrativas de memórias de estudantes acerca de espaços e prédios escolares por eles habitados. Elegeram-se quatro instituições de ensino privadas de Porto Alegre: o Colégio Anchieta, o Colégio Americano, o Colégio Farroupilha e o Colégio Rosário. O estudo inscreve-se no campo da História da Educação e utiliza os postulados da História Cultural, especialmente, o conceito de sensibilidade, para buscar compreender as narrativas discentes. Neste sentido, se vale das contribuições de Sandra Pesavento, Serge Gruzinski e Alain Corbin, no que se refere à história das sensibilidades. Tem-se como principal objetivo a produção de uma espécie de cartografia das sensações sobre os espaços vividos durante a escolarização, identificadas na documentação. A pesquisa privilegiou a análise de escritos discentes e do conteúdo discursivo das entrevistas. Como fontes suplementares, destacam-se fotografias das escolas, plantas arquitetônicas e relatórios, entre outros registros institucionais. Utilizou-se a análise documental histórica e a História Oral para o tratamento metodológico dos documentos escritos e orais, respectivamente. A temporalidade da pesquisa compreende o período de 1920 a 1980, pois, na década de 1920, são construídos os prédios de dois dos colégios examinados e se estende até 1980, considerando o período de escolarização dos entrevistados. Cada testemunho constitui-se em uma rica versão de representações do sensível. Esta pesquisa, portanto, provoca questionamentos: o que mudou nos prédios e em suas concepções arquitetônicas? Quais foram as influências? Qual a relação dos estudantes com o espaço construído? Que memórias podem ser evocadas em estudantes acerca do prédio e do entorno da escola? De que forma lembram o espaço e o prédio da escola? Para responder a tais indagações, as análises foram desenvolvidas a partir das recorrências e dissonâncias encontradas nas narrativas, articuladas em quatro categorias de análise: “O Antigo e o Novo: relações entre os estudantes e os prédios das escolas”; “Entre a vigilância e a diversão: o espaço escolar como elemento curricular”; “A escola como casa: sensações de pertencimento” e, por fim, “A arquitetura escolar e a sensação de liberdade”. Nestas categorias, pode-se perceber como os sujeitos eram afetados e de que forma vivenciavam os espaços que foram projetados também para eles.. Entende-se que o edifício atua como regulador na vida dos estudantes, mas não age de modo uniforme e possibilita momentos de diversão, como uma espécie de fuga. A pesquisa conclui que os espaços da escolarização adquirem um lugar de destaque na hora de rememorar. E estas lembranças, carregadas de ressignificação, trazem evidências para compreender a arquitetura escolar como agente na construção de sensibilidades estudantis.