Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Chume, Fernando Chimela |
Orientador(a): |
Camargo, Joiza Lins |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/254374
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Resumo: |
Diabetes mellitus é um preocupante problema de saúde pública e os marcadores glicêmicos são importantes para o seu diagnóstico e tratamento. Na rotina clínica, glicose plasmática e hemoglobina glicada (HbA1c) são medidas usadas para rastrear, diagnosticar e manejar o diabetes, mas ambas têm limitações. A glicose plasmática pode ser afetada pelo jejum, ingestão de alimentos, estresse agudo, e é susceptível a variabilidade intrapessoal e às interferências pré-analíticas enquanto HbA1c não é adequada em condições com meia-vida das hemácias alterada, como anemia e doença renal crônica. Como a albumina glicada (AG) supera as principais limitações apresentadas pela glicose plasmática e HbA1c, há um interesse crescente em utilizá-la como teste alternativo ou complementar para o rastreio, diagnóstico e manejo de diabetes. AG reflete a concentração média de glicemia nas últimas 2–3 semanas e é usada na prática clínica em alguns países da Ásia. No entanto, a utilidade da AG em diversas condições clínicas permanece incerta e os pontos de corte diagnósticos da AG na população geral não foram estabelecidos. Nesta tese realizamos uma revisão sistemática com meta-análise para avaliar o desempenho da AG no diagnóstico de diabetes mellitus na população em geral, avaliamos o desempenho da AG no momento da admissão para detectar anormalidades glicêmicas em indivíduos hospitalizados pela doença do coronavírus 2019 (COVID-19), avaliamos a acurácia diagnóstica da AG na detecção do diabetes mellitus gestacional (DMG), e analisamos também a relação do estado glicêmico definido por teste oral de tolerância à glicose (TOTG), níveis de HbA1c e AG com desfechos adversos da gravidez em gestantes com e sem DMG. Na meta-ánalise, a AG apresentou boa acurácia diagnostica para diabetes, e AG ≥17,1% mostrou alta especificidade para detectar diabetes, com poucos casos falso-positivos. Durante a hospitalização por COVID-19, AG apresentou acurácia moderada à ótima nas condições estudadas. Os pontos de corte de AG no momento da admissão de 19,0%, 21,0% e 20,0% apresentaram alta especificidade para identificar diabetes prévio não diagnosticado pré-admissão, diabetes não controlado e hiperglicemia intra-hospitalar que necessitou de prescrição de insulina, respectivamente. No entanto, AG não foi precisa na identificação de hiperglicemia no momento da admissão em indivíduos sem evidência de diabetes 10 prévia. Em gestantes, AG na 24ª–32ª semana de gestação apresentou baixa sensibilidade para DMG, sem capacidade de discriminar gestantes com e sem DMG. Além disso, apresentou baixo valor preditivo de risco para desfechos perinatais adversos em gestantes com e sem DMG. Com base nos resultados dos estudos que compõem a presente tese, concluímos que: (1) AG é um marcador glicêmico útil e com desempenho adequado para o diagnóstico de diabetes na população geral; (2) AG também pode ser utilizado no momento da admissão para identificar adultos com diabetes prévio não diagnosticado pré-admissão, diabetes não controlado e hiperglicemia intra-hospitalar que necessitou de prescrição de insulina durante a hospitalização por COVID-19; (3) o teste AG na 24ª–32ª semana de gestação é incapaz de identificar gestantes com DMG assim como predizer gestantes com risco aumentado de desfechos perinatais adversos. |