Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Schwarz, Cristina |
Orientador(a): |
Moschen, Simone Zanon |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/53161
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Resumo: |
A presente pesquisa perseguiu as possibilidades abertas pela pergunta: o que é preciso tramitar do silêncio que permeia o som para recolher os efeitos da pulsão invocante? A pergunta que nos norteou tomou contornos a partir das inquietações que emergiram na condução de diferentes oficinas de música destinadas a sujeitos em grave sofrimento psíquico. Se as inquietações surgiram dessa experiência, o horizonte da investigação não se restringiu ao campo particular da clínica com a psicose. A pesquisa buscou interrogar as incidências dos elementos que perfazem o campo da música sobre a emergência do sujeito, tendo como referencial os aportes da psicanálise freudiana e lacaniana. A pergunta fundante desta pesquisa se vale de uma torção temporal, na qual é pela emergência de efeitos atuais que se sustenta a origem de uma operação anterior, que se extravia ao alcance ao fundar-se. Fez-se necessário justificar o modo de colocação da pergunta tecendo um percurso conceitual a respeito da temporalidade e da origem. O aporte de Freud protagonizou a elaboração de uma temporalidade a posteriori, tecida pela descontinuidade e pela torção. A abordagem de Lacan acerca do tempo lógico impôs radicalidade à valorização da antecipação. A ruptura operada pelo a posteriori nos levou a concebê-lo como uma temporalidade própria à emergência do sujeito sustentada na escansão. A origem foi posta em jogo na antecipação da significação do Outro num tempo de passividade anterior ao tempo do sujeito, e foi concebida como uma ficção do impossível que desdobra o vazio que marca a origem do sujeito. A posteriori, vimos que a escansão nos conduz para além de uma questão de método e retorna sobre o conteúdo mesmo da pergunta. Nesse sentido, propusemos considerar a articulação entre silêncio e pulsão invocante à luz de uma mesma operação de descontinuidade. Discorremos acerca da voz como um excedente real do Outro e consideramos o traço unário como uma escansão inaugural que funda um silêncio estruturante. Situamos a operatória que possibilita a fundação de uma zona de silêncio ou um ponto surdo, que permite ao sujeito esquecer o timbre originário da voz do Outro. A abertura dessa zona inaudita inaugura o circuito da pulsão invocante, a partir da qual o sujeito, depois de esquecer o chamado do Outro, poderá chamar. A música surge como resposta singular que um sujeito pode formular diante do impossível do encontro com a voz em sua dimensão de objeto a. A criação musical é endereçada ao Outro, mas também inclui um terceiro, o ouvinte, no retorno do circuito da invocação. Fechando o trabalho, recolhemos algumas cenas da experiência para dar um contorno singular ao percurso conceitual, remetendo-nos ao final, novamente, ao abismo do silêncio do Outro enquanto enigma que desliza na cultura. |