Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Capra, Carmen Lúcia |
Orientador(a): |
Loponte, Luciana Gruppelli |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/174852
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Resumo: |
A tese apresenta a problematização de políticas da arte na licenciatura em artes visuais indagando sobre como certos modos de operar com a arte nesse curso produzem efeitos sobre os professores em formação. Efeitos como a demarcação de lugares, modos de ser ou certas concessões em relação às artes visuais são analisados, tendo em vista a docência para a educação básica. Utilizaram-se metodologias artísticas de investigação, adotando-se como procedimento as residências em duas universidades públicas brasileiras onde existem cursos de licenciatura em artes visuais e experiências artísticas com fotografia, escrita e intervenções em folhas de papel almaço, consideradas como um elemento característico de situações de educação. A metodologia também assumiu uma perspectiva teórica desenvolvida com o estímulo foucaultiano em articulações ao pensamento de Jacques Rancière, Giorgio Agamben, Georges Didi-Huberman, Carlos Skliar, Jorge Larrosa, Jan Masschelein e Maarten Simons, entre outros, permitindo conexões entre a filosofia, a arte e a educação. Na constituição discursiva da licenciatura em artes visuais, foi possível identificar vínculos entre uma estrutura política e uma prática moral implementadas por uma economia da arte. Observou-se que a formação docente assume o discurso do campo artístico, considerando-o como o princípio a ser adotado pelos professores, o que produz diferentes lugares e modos de ser dos licenciandos em relação à arte. A partir daí foi possível descrever as principais bases componentes da formação docente, a base estética e a base criadora, que atendem à estrutura teórica e poética da arte. Quando tais bases são conectadas à educação, contribuem à ênfase no sujeito e aliam-se a promessas de liberdade e progresso. Em consonância à atitude adotada desde a composição da metodologia da pesquisa, propõe-se a inserção de uma base política na licenciatura em artes visuais como a possibilidade de perturbar as operações com a arte atribuídas à formação docente e à educação escolar. Como atitude, a política daria condições de realizar as indagações necessárias à arte e à educação indo além da reafirmação das experiências do artista e do espectador, da autonomia da arte e do viés biográfico que atravessa a constituição desse campo. Essas operações, no curso de licenciatura, mantêm o tom metafísico da experiência e do conhecimento artístico e fazem germinar sobre a docência o exame moral esvaziador do agir político necessário à arte e à educação. A atitude política de eliminar as distâncias e redistribuir os lugares de experiência com a arte na licenciatura em artes visuais pode produzir existências artísticas nascentes em lugar de modos de ser delineados por outros. Como contribuição, aponta-se que profanar o que tornou-se sagrado e afastado do uso comum, como certos modos de ser, posses e direitos sobre a arte, pode dispo-la ao uso livre na escola. |