Dos escravos que partem para os portos do sul : características do tráfico negreiro do Rio Grande de São Pedro do Sul, c.1790-c.1825

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Berute, Gabriel Santos
Orientador(a): Osório, Helen
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/10917
Resumo: O objetivo desta investigação é analisar o tráfico de escravos na Capitania do Rio Grande de São Pedro do Sul, na passagem do século XVIII para o XIX. Duas questões básicas orientaram nossa investigação: a análise das características demográficas dos escravos traficados (sexo, naturalidade, condição e faixa etária) e a caracterização da dinâmica de funcionamento do circuito mercantil (composição dos envios, concentração do tráfico e traficantes envolvidos). Verificou-se que, embora se realizasse apenas na sua etapa interna, o tráfico de escravos da capitania apresentava características semelhantes àquelas observadas nas regiões que participavam diretamente do tráfico atlântico de escravos. Quanto ao perfil demográfico, constatou-se o predomínio dos escravos africanos e uma elevada razão de masculinidade, tanto entre os africanos quanto entre os crioulos.Por outro lado, observou-se que aproximadamente 1/3 dos escravos despachados para o Rio Grande de São Pedro do Sul, entre 1788-1802, tinham entre 10 e 14 anos. No que diz respeito ao circuito mercantil, concluiu-se que o comércio se dava através de pequenos envios e era realizado por um grande número de “traficantes eventuais”. Estes pequenos comerciantes foram responsáveis pela comercialização de uma parcela importante do total de escravos e pela maior parte dos envios realizados e, deste modo, foram indispensáveis para o funcionamento do mercado negreiro sul-rio-grandense. As principais fontes utilizadas foram as guias de transporte de escravos emitidas pela Provedoria da Fazenda Real, os despachos e passaporte de escravos emitidos pela Polícia da Corte e o Livro de Sisas da Vila do Rio Grande.