Coletores de samambaia-preta e a questão ambiental : estudo antropológico na área dos Fundos da Solidão, município de Maquiné, Encosta Atlântica no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Kubo, Rumi Regina
Orientador(a): Eckert, Cornelia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/14998
Resumo: Este trabalho consiste em um estudo antropológico sobre os moradores dos Fundos da Solidão, uma localidade do município de Maquiné, RS. Essa área encontra-se dentro dos limites da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e sua identidade e condições de existência são tensionadas pela prática de uma atividade específica: a coleta de samambaia-preta - que sofre restrições sob ponto de vista da legislação ambiental. Caracteriza-se assim, um grupo social, envolto por um problema que tem conotação ambiental. Reconhecendo o caráter polissêmico do termo ambiental, parte-se do pressuposto de que esse grupo, encontra-se atravessado por ditames gestados por um campo circunscrito como ambiental. Tais ditames, tendo abrangência ampla, atingem esferas sociais diversas, e diante de situações locais específicas, como no caso deste grupo, apresentam-se na forma de conflito e dilemas que evidenciam modos de vida diferenciados e submetidos às condições assimétricas constitutivas da sociedade, transfigurando-se como um problema social. O recorte e a abordagem ocorrem, portanto, sob o horizonte de uma prática especifica, a extração de samambaia-preta, a partir da qual, buscou-se o desvendamento de seu universo social. Nesse percurso, não se buscou apenas, resgatar as práticas sócio-culturais desses extrativistas frente a um processo que tende à sua exclusão social, mas procurou-se uma aproximação a estes sujeitos “em processo” que percebem determinadas mudanças em seu meio ecológico e sócio-político, e que frente às intimações de seu tempo, constituem um devir, através da luta pela permanência de determinadas práticas locais, a adesão a outras práticas sociais e aliança com novos mediadores e interlocutores, tudo isto, num clima de constante conflito e re-acomodações.