Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1994 |
Autor(a) principal: |
Guimaraes, Jose Ricardo |
Orientador(a): |
Maguilnik, Ismael |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/115263
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Resumo: |
As principais causas de morbidade e mortalidade em cirurgia biliar relacionam-se a complicações sépticas. Estas associam-se à presença de bife colonizada por bactérias. Pacientes portadores de patologias biliares apresentam colonização bacteriana da bile em uma prevalência que varia de 11 a 1 00°/o. A maior parte dos estudos identifica uma prevalência de colonização da bile em torno de 1/3 dos casos. As espécies bacterianas mais freqüentemente isoladas são as da flora entérica, destacando-se a Escherichia co/i, Klebsiella sp e Streptococcus faeca/is. As bactérias anaeróbicas são encontradas em zero a 40°/o dos pacientes, sendo as mais prevalentes dos gêneros Bacteroides e Clostridium. No presente estudo, foram coletadas biópsias hepáticas intra-operatórlas com agulha de Vinn Silvermann e material denominado de aspirado hepático, constituído do sangue aspirado pela agulha após a retirada do fragmento da biópsia. O estudo visa identificar a acurácia da cultura bacteriana destes materiais no diagnóstico da colonização bacteriana da bile. A cultura da bile do colédoco, coletada por cateterização transcística da via biliar, foi escolhida como padrão-ouro. Alem destas, foram realizadas culturas de bile da vesícula biliar e sangue periférico. Foram, também, coletados dados de idade, sexo, diagnóstico pré-operatório, fatores de risco para colonização biliar e uso de antibióticos profiláticos. A população amestrada foi de pacientes submetidos a cirurgia biliar no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram excluídos pacientes em uso de antibióticos em regime terapêutico, uso de corticóides ou imunossupressores, presença de patologias parenquimatosas hepáticas e patologias infecciosas abdominais fora das vias biliares. As culturas aeróbicas foram feitas usando meio de agar-tripnase .. soja enriquecido com sangue humano desfibrinado e agar-MacConkey, incubados por 24 horas. As cultura anaeróbicas foram semeadas em caldo de tioglicolato enriquecido com vitamina K-hemina 1 o/o, agar-Brucella e agar-fenil-etanol enriquecidos com sangue de carneiro desfibrinado e vitamina K-hemina. o tempo de incubação foi de 48 horas. Entraram no estudo 57 pacientes, sete foram excluídos, permanecendo 50. A média de idade foi de 45,1 anos (:!:_15,3). Quarenta e oito pacientes tinham o diagnóstico pré-operatório de colecistite crônica, sendo 13 deles associada à coledocolitíase. Havia um caso de colecistite aguda e um de estenose pós-cirúrgica de via biliar. O fator de risco para colonização da bile de maior prevalência foi a coledocolitíase, com 13 pacientes. Vinte e nove pacientes não apresentavam nenhum fator de risco. Foram isoladas bactérias na bile do colédoco de nove pacientes. As espécies encontradas foram: Klebsiella pneumoniae, Escherichia co/i, Streptococcus faecalis, Enterobacter c/oacae, Klebsiella oxytoca, Streptococcus a-haemolitico. Na bile da vesícula biliar, foram isoladas bactérias em 7 pacientes: Klebsiella pneumoniae, Escherichia co/i, Streptococcus faeca/is, Enterobacter cloacae. Houve concordância entre os resultados da bile do colédoco e da vesícula biliar em 97,7% dos casos. A cultura da biópsia hepática foi positiva em dois casos. Em um, foi isolado Staphilococcus epidermidis, onde provavelmente houve contaminação externa. No outro, foi isolada Klebsiella pneumoniae que também havia sido encontrada na bile do colédoco do mesmo paciente. Neste paciente foi isolada Klebsiella no aspirado hepático. Foi o único caso de cultura positiva no aspirado hepático. Foi o único caso de cultura positiva no aspirado hepático. A cultura da biópsia hepática teve uma sensibilidade de 0,11, especificidade de 0,98, valor preditivo positivo de 0,50 e valor preditivo negativo de 0,83. A cultura do aspirado hepático apresentou uma sensibilidade de O, 11, especificidade de 1 ,O , valor preditivo positivo de 1 ,O e valor preditivo negativo de 0,84. Conclui-se que a cultura da biópsia e aspirado hepáticos com a técnica bacteriólogica empregada no estudo demonstrou uma acurácia diagnóstica baixa. A sua utilidade clínica na identificação de pacientes portadores de bactérias na bile é limitada. |