Desmantelando o carrego colonial e suas noções de gênero : a cosmologia iorubá nas performances de masculinidade em compaixão e torto arado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Paulino, Renan Cabral
Orientador(a): Oliveira, Rejane Pivetta de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/272042
Resumo: A presente dissertação tem por objetivo estudar de forma comparada os romances contemporâneos Compaixão (2009), da escritora estadunidense Toni Morrison, e Torto Arado (2019), do brasileiro Itamar Vieira Junior. Para compreender a forma como as narrativas dialogam uma com a outra, elas foram estudadas à luz do gênero “narrativas contemporâneas sobre escravidão”, vistas aqui como ferramentas para fabular vidas outrora impossíveis de serem vividas sob o regime escravocrata, ao mesmo tempo que retiram as máscaras que silenciaram por séculos as vozes da população negra. Ainda, os romances foram analisados levando em conta o conceito “literatura-terreiro”, pois ambos apresentam na sua construção uma forte presença das cosmologias Iorubá, principalmente o culto aos Orixás. A análise dos romances demonstrou uma interferência na performance de masculinidades de duas personagens, o ferreiro, em Compaixão, e Zeca Chapéu Grande, em Torto Arado. Tal aspecto se manifesta quando se atenta à impregnação, nas narrativas, da cosmologia Iorubá, cuja presença, nas sociedades pré-coloniais, não era orientada por divisões sociais de gênero. Ademais, percebeu-se que tanto Compaixão como Torto Arado são narrativas de encantamento do mundo, visto que prezam pela apresentação de ser, existir e resistir ao carrego colonial e suas noções de gênero.