Da estória à história: uma leitura transdisciplinar de Torto Arado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Dias, Paula Mendonça lattes
Orientador(a): Teixeira, Pedro Bustamante lattes
Banca de defesa: Faria, Alexandre Graça lattes, Fernandes, Camila do Valle lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17984
Resumo: Diante da constatação de que o passado colonial ainda assombra nossa realidade, a presente dissertação se debruça sobre o romance Torto arado, do autor Itamar Vieira Junior, que conta a história das irmãs Bibiana e Belonísia, moradoras da fazenda de Água Negra, no interior da Chapada Diamantina, onde, mesmo após anos da abolição formal da escravidão no Brasil, famílias de descendência africana são submetidas ao trabalho escravo, sem direito a salário ou a direitos trabalhistas. Concomitantemente, o livro também revisita a história do nosso país, expondo as violências sob as quais a nação se formou e que até hoje reproduzem desigualdades sociais. Com a análise de Torto arado, objetiva-se, lançando-se mão de um aporte teórico transdisciplinar, demonstrar de que modo essa obra reconta a história do Brasil — ou de uma parte do Brasil, que foi suprimida ao longo dos anos. Contrariando a narrativa colonizante e superando velhas crenças, como o mito da democracia racial, conclui-se que Torto arado privilegia a perspectiva de personagens historicamente subalternizadas e, assim, funda não uma identidade nacional, mas uma identidade cultural.