Avaliação do potencial antifúngico de novas entidades químicas frente a diferentes patógenos fúngicos de difícil tratamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Machado, Gabriella da Rosa Monte
Orientador(a): Fuentefria, Alexandre Meneghello
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/203775
Resumo: Nas últimas décadas, as infecções fúngicas tornaram-se um problema de saúde pública global, afetando milhões de pessoas anualmente. O aumento do número de pacientes imunodeprimidos associado à expansão da seleção de resistência fúngica e ao limitado arsenal terapêutico disponível têm contribuído para este cenário. Apesar dos investimentos realizados, existem poucos estudos envolvendo o desenvolvimento de novas terapias antifúngicas, visto que, as infecções fúngicas são negligenciadas. Nesse sentido, a prospecção por novas entidades químicas que apresentem eficácia antifúngica vem sendo uma das principais estratégias adotadas na tentativa de contrapor esse paronorama atual. Assim, este estudo investigou o potencial de derivados de cloroacetamidas e quinolínicos frente a diferentes gêneros fúngicos e a sua aplicabilidade como possíveis novas alternativas para a terapia clínica de infecções fúngicas. A determinação da concentração inibitória mínima (CIM) dos compostos seguiu o proposto pelos documentos M27-A3 e M28-A2 (CLSI, 2008). Os compostos foram submetidos a diferentes metodologias para avaliação de parâmetros toxicológicos em nível tópico e sistêmico. A eficácia e a aplicabilidade dos compostos foram avaliadas em diferentes formulações farmacêuticas. Como resultado, ambas as classes de compostos foram ativas frente aos organismos testados, destacando a eficácia do composto N-(4-bromofenil)-2-cloroacetamida frente a espécies de dermatófitos (CIM 6,25 - 25 μg/mL) e de Fusarium (12,5 - 50 μg/mL), e do composto 2-metil-4-fenil-quinolina frente a dermatófitos (CIM 12,5 - 25 μg/mL). Ambos os compostos não provocaram alergenicidadade e toxicidade dérmica, sugerindo sua segurança para uso tópico. Esses compostos apresentaram ação fungicida sobre as espécies avaliadas, provocando dano e alterações morfológicas nas células fúngicas. Além disso, a incorporação do composto N-(4-bromofenil)-2-cloroacetamida a um anfissoma, o qual foi adicionado a um sistema formador de filme (SFF) antecipou o efeito fungicida deste derivado, indicando ser um bom veículo carreador para o mesmo. A análise de parâmetros de toxicidade sugere que o composto 2-metil-4-fenil-quinolina é seguro para uso sistêmico. Além disso, quando incorporado a um esmalte, o composto reduziu significativamente a infecção por T. rubrum em um modelo de onicomicose ex vivo. Assim, podemos concluir que ambos os compostos são fortes canditados para o possível desenvolvimento de novas formulações eficazes para o tratamento de infecções fúngicas cutâneas.