Selenocianatos-indólicos como uma nova classe de moléculas antifúngicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Quatrin, Priscilla Maciel
Orientador(a): Fuentefria, Alexandre Meneghello
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/231867
Resumo: As infecções fúngicas tornaram-se um problema global de saúde pública, em virtude do aumento no número de pacientes imunocomprometidos, aliado aos relatos frequentes de resistência ao arsenal limitado de antifúngicos disponíveis. Esse cenário estimula a pesquisa por novas opções terapêuticas, tanto para micoses superficiais, quanto sistêmicas. Há um interesse científico crescente pela prospecção de uma nova classe de moléculas antifúngicas, para confrontar o panorama atual das infecções fúngicas. Nesse sentido, esse estudo investigou o potencial antifúngico de uma nova classe de moléculas, conhecida como 3-Selenocianatos-indólicos, frente Candida spp. e fungos dermatófitos do gênero Trichophyton, Microsporum e Nannizzia. O screening de um conjunto de moléculas da classe dos 3-Selenocianatos-indólicos foi realizado de acordo com os protocolos M27-A3 e M38-A2 (CLSI, 2008), para determinar a concentração inibitória mínima dos compostos (CIM). Dois compostos destacaram-se, o 4a e 4b, que apresentaram média geométrica de CIM de 4,1 e 6,0 μg/mL contra Candida spp. e 1,2 e 2,2 μg/mL contra os dermatófitos, respectivamente, sendo o composto 4a fungicida para C. albicans e T. rubrum. Os ensaios toxicológicos revelaram que estes compostos não são citotóxicos e nem mutagênicos e, foram classificados como não irritantes pelo teste HET-CAM. Foi verificado um potencial genotóxico dos compostos em concentrações elevadas, observado pelo ensaio cometa, que pode ser sugestivo de um mecanismo de ação direcionado para o núcleo das células fúngicas. Nesse estudo também foi padronizado um modelo ex vivo de onicomicose utilizando cascos suínos, para avaliar o desempenho pré-clínico de formulações tópicas. Por esse modelo foi possível verificar a atividade antifúngica do composto 4a e da terbinafina, ambos incorporados em uma base de esmalte comercial, que inibiram completamente o crescimento de T. rubrum, fungo prevalente em onicomicoses. Com esses resultados pré-clínicos, concluímos que a classe dos 3-Selenocianatos-indólicos é promissora e atrativa para o desenvolvimento de novos fármacos antifúngicos, pela sua ação de amplo espectro, para o tratamento de micoses sistêmicas e superficiais.