Estrutura e aspectos fitogeográficos de remanescentes florestais na Restinga Sulbrasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Scherer, Adriano
Orientador(a): Baptista, Luis Rios de Moura
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/17479
Resumo: As restingas constituem um mosaico de ambientes presentes nas planícies costeiras brasileiras. Sua vegetação se desenvolve em areias quartzosas e engloba variadas formações, de comunidades herbáceas de dunas até florestas. A restinga sulbrasileira se estende entre as latitudes 28°30'S, no estado de Santa Catarina, e 33°45'S, no extremo sul do Rio Grande do Sul. Esta tese visou compreender, em escala geográfica mais ampla, a influência de variáveis ambientais sobre a estrutura e composição dos componentes arbóreo e herbáceo-subarbustivo nas florestas da restinga sulbrasileira. Em 15 remanescentes florestais distribuídos nessa região, realizou-se a caracterização florística e fitossociológica do componente arbóreo e verificou-se a relação entre diversidade, latitude e variáveis climáticas. O levantamento do componente arbóreo foi feito em áreas de 0,1 ha em cada remanescente, subdivididas em 10 parcelas de 10 x 10 m. Todas as árvores com DAP>= 3,0 cm foram registradas. Com os parâmetros estruturais usuais em fitossociologia foi feita uma análise da variância, comparando-se os remanescentes. Também foi avaliada a composição do solo superficial (20 cm de profundidade) dos remanescentes. Os dados de riqueza e informações sobre temperatura atmosférica e precipitação foram empregados em análises de regressão para verificar sua relação com a latitude. Realizou-se ainda uma Análise de Agrupamento para avaliar a similaridade florística entre as áreas. A composição e estrutura do componente herbáceo-subarbustivo sob diferentes níveis de uso por gado bovino nos remanescentes também foi estudada. A fitossociologia da sinúsia herbácea-subarbustiva foi feita em 10 parcelas de 1,0 m² e a florística, nas 10 parcelas de 10 x 10 m. Registrou-se a intensidade de uso por gado através de visualização direta ou vestígios dos animais. Foram feitas análise da variância e Análise de Coordenadas Principais com índices estruturais da sinúsia herbácea-subarbustiva nos remanescentes, comparando-os quanto à intensidade de uso por gado bovino. Registraram-se 116 espécies arbóreas no total, porém a riqueza variou de 11 a 43 espécies por remanescente. Espécies provenientes por mais de uma rota de imigração e pelo corredor atlântico contribuíram com 43% e 39% dessa flora, respectivamente. A diversidade arbórea variou de 1,372 a 3,175 nats/ind. O componente arbóreo apresentou densidade entre 1.520 e 3.830 ind./ha, porte baixo e predomínio de diâmetros pequenos. Constataram-se diferenças significativas na estrutura do componente arbóreo entre alguns remanescentes. Essas diferenças podem estar relacionadas a variações nas condições de fertilidade, acidez e teores de alumínio no solo. Houve uma distinção florística no componente arbóreo entre o norte e o centro-sul da restinga sulbrasileira, além de gradientes de riqueza e diversidade no sentido norte-sul relacionados às condições de temperatura e precipitação. Para a sinúsia herbácea-subarbustiva, constataram-se diferenças significativas no conjunto de variáveis estruturais (cobertura, altura e medidas de diversidade) entre remanescentes sob níveis médio e alto de uso por gado bovino. Sob alta intensidade de uso por gado bovino, a sinúsia herbácea-subarbustiva apresenta menores valores de altura, riqueza, diversidade e equabilidade e alta dominância de poucas espécies. O estudo destes componentes permitiu verificar que variáveis edáficas, climáticas e antrópicas condicionam a estrutura florestal em diferentes intensidades e/ou escalas espaciais.