Políticas de finamento : gordofobia em espaços de cuidados em saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Novais, Flávia Luciana Magalhães
Orientador(a): Machado, Paula Sandrine
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276685
Resumo: O peso corporal é utilizado como uma das muitas formas de moralização e hierarquização de sujeitos em relação a si mesmos e com os demais. Em nossa sociedade, o corpo gordo é entendido como uma ameaça, como uma corporalidade que necessita de correção e controle por representar um risco constante de morte. Esta tese propõe, a partir de uma narração em primeira pessoa e utilizando a autoetnografia (MISTRO, 2021; PERIN, 2020; ABU-LUGHOD, 2018; GAMA, 2020) enquanto metodologia teórico-narrativa, intimamente inspirada na defesa de uma pesquisa localizada (HARAWAY, 1995) e na praxiografia (MOL, 1999, 2002, 2008, 2010), como numa colcha de retalhos, costurar diversas experiências, práticas, sensações e discursos sobre produção de cuidados em saúde. Além disso, enfrenta se o problema de práticas de cuidados que promovem a perda de peso como única alternativa de garantia de uma vida compreendida como saudável. Partindo de processos como a medicalização e biomedicalização da vida (ILLICH, 1975; ORTEGA, 2009; CLARKE ET AL., 2003; CONRAD; 1992;1975) e biopoder (FOUCAULT, 1995), que resultam também na produção de discursos patologizantes acerca da gordura nos corpos, bem como na criação de diversas políticas de controle de peso de populações, cria-se, neste trabalho, o conceito de “Políticas de Finamento” para incorporar práticas, procedimentos e políticas públicas com fins de emagrecimento, que muitas vezes têm servido para produzir adoecimento, e, em alguns casos, efetivamente causar a morte de pessoas gordas. Como sugestão para a superação de tais práticas de controle e violações, e propor novas formas de cuidados em saúde a partir de uma proposta do cuidado enquanto múltiplo (MOL, 2008), este escrito tece também o conceito de Cuidados Contextuais, como um composto (HARAWAY, 2012) de ações, rotinas, saberes que são colocados em jogo nos processos cotidianos do viver e produzir saúde e bem-estar para corpos diversos, independente da sua forma e tamanho.