Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Dias, Weidila Nink |
Orientador(a): |
Macedo, Mônica Medeiros Kother |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/264967
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Resumo: |
Este estudo dedicou-se a abordar as confusões de línguas relativas aos impasses entre hospitalidade e hostilidade que incidem na experiência migratória de haitianos, aproximando os conceitos de Sándor Ferenczi de confusão de línguas e de desmentido à noção de hospitalidade conforme proposto por Jacques Derrida. Para tanto, buscou-se acessar a narrativa de sujeitos de origem haitiana que fizeram movimentos migratórios em direção ao Brasil. Suas narrativas permitiram testemunhar acerca de vivências singulares e coletivas atreladas ao processo migratório que permeou a experiência desses participantes. O reconhecimento das confusões no campo das migrações decorrentes das exigências impostas pelas configurações da “acolhida” operou como um interrogante fundamental que possibilitou problematizar a complexidade da experiência migratória no que concerne à qualidade da acolhida oferecida àquele que chega. As aproximações com o campo de pesquisa e com as narrativas dos participantes permitiram constatar como os impasses no laço social, entre migrantes e autóctones, são revestidos de hostilidade quando não há reconhecimento das diferenças, dos aspectos singulares que compõem a historicidade individual daquele que chega e, além disso, quando é exigido que este renuncie à sua cultura e à sua língua para ser “aceito” no país de destino. Além disso, constatou-se que experiências de violências, roubos e estupros, constituíram-se como impactantes testemunhos a respeito do incremento e do não reconhecimento das condições de vulnerabilidade dos migrantes, permitindo argumentar sobre como a hostilidade interfere, de modo devastador, na experiência de deslocamento, dificultando ainda mais a adaptação ao novo país. Evidenciou-se, também, a imprescindibilidade de reflexões acerca da postura ética do pesquisador, a qual pode constituir-se como mais um fator traumatizante se for guiada pelo desmentido que inviabiliza o reconhecimento e a genuína consideração aos aspectos singulares que concernem ao sujeito a quem se convida a testemunhar na experiência da pesquisa. |