Relação entre saúde bucal e função cognitiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Kopplin, Daiane Cerutti
Orientador(a): Padilha, Dalva Maria Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/128196
Resumo: Objetivos: Esta tese teve como objetivo avaliar a relação entre saúde bucal e função cognitiva através de uma revisão sistemática com metanálise e de um estudo transversal. Métodos: Para a revisão sistemática e metanálise, foram selecionados estudos de coorte prospectivos publicados entre 1990 e 04 de dezembro de 2014, através do banco de dados PubMed, Embase, PsycoINFO e Cochrane Library of Systematic Reviews. A razão de riscos agrupados (HR), com intervalo de confiança de 95% (IC 95%), foi calculada, para estimar o efeito, usando-se o modelo de efeitos aleatórios. Além disso, foi realizado um estudo transversal, aninhado na coorte da cidade de Carlos Barbosa, situada no Sul do Brasil. Os dados incluídos são de 117 idosos edentados (média de idade 73.7± 5.6 anos) usuários de prótese total, avaliados em 2013. A função cognitiva foi avaliada usando a versão brasileira do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM). A qualidade funcional das próteses foi avaliada através de exame clínico, e a dificuldade mastigatória foi auto-reportada. A análise dos dados foi realizada por meio de modelos de regressão linear. Resultados: A revisão sistemática selecionou dez estudos de coorte; dentre estes, oito foram incluídos na metanálise. Em comparação aos indivíduos com uma dentição considerada ideal (≥ 20 dentes), os indivíduos com uma dentição considerada não adequada tiveram um risco significativamente maior de ter declínio cognitivo (HR = 1.28 IC 95%: 1.15-1.41) e demência (HR = 1.22 IC 95%: 1.04-1.43). No estudo transversal, o escore médio do MEEM da amostra total foi de 23.1 (DP= 4.4) e foi associado com a idade (p= .001), educação (p< .0001), sintomas depressivos (p= .003), dificuldade mastigatória (p= .001) e com a qualidade funcional das próteses (p< .0001). No modelo final, a dificuldade mastigatória foi associada com a função cognitiva após o ajuste para fatores de risco significativos (p= .002). Conclusão: Os resultados da revisão sistemática e metanálise de estudos de coorte prospectivos e do estudo transversal suportam a hipótese de associação entre saúde bucal/mastigação e estado cognitivo. Relevância clínica: O potencial efeito benéfico de uma dentição adequada e próteses funcionais no estado cognitivo, através da mastigação, poderia adicionar estratégias preventivas para diminuir o risco de morbidade em idosos.