Crosstalk celular : influência do carcinoma espinocelular oral sobre fibroblastos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Dockhorn, Luisa
Orientador(a): Lamers, Marcelo Lazzaron
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/248256
Resumo: O carcinoma espinocelular oral (CEC) é o tipo mais frequente de câncer na cavidade oral. É caracterizado histopatologicamente por células epiteliais que invadem o tecido conjuntivo adjacente e por apresentar um microambiente extremamente complexo e diversificado, contendo diversos fatores químicos, físicos e biológicos que influenciam na progressão do tumor. Um dos diversos fatores que caracteriza a alteração do microambiente tumoral é a composição da matriz extracelular (MEC), a qual apresenta maior quantidade de colágeno nos tumores e, assim, pode influenciar em sua progressão. Dentre os componentes do microambiente tumoral, tem sido relatado na literatura que fibroblastos normais (NOFs) adquirem um fenótipo alterado, demonstrando ter maior proliferação e maior migração promovendo mudanças composicionais na MEC, assim sendo caracterizados de fibroblastos associados ao câncer (CAFs). Os CAFs influenciam na progressão e invasão tumoral, porém a sua origem ainda não está bem estabelecida. Neste trabalho, avaliamos o comportamento de NOFs quando associados aos fatores liberados por queratinócitos e células de diferentes graus de agressividade de CEC. Para tal finalidade foram realizados ensaios in vitro utilizando cinco diferentes linhagens celulares: fibroblastos primários de mucosa oral normal, queratinóticos (HaCat), CEC pouco (Cal27) ou muito (SCC9 e SCC25) invasivos. A partir de meio condicionado e/ou co-cultura destas células em ambiente bi ou tri-dimensional, foi analisada a proliferação, atividade contrátil e remodelamento da MEC por NOFs. Apenas os fatores liberados pela linhagem tumoral agressiva de CEC (SCC9) induziram a um aumento de proliferação de NOFs (p<0.01). Através de cultura tridimensional, foi observado que o meio condicionado das células de CEC aumentaram a contratilidade dos NOFs (p<0.001). Em um modelo de cultura organotípica, foi possível observar o crosstalk entre os diferentes tipos celulares reproduzindo as características histológicas observadas in vivo. Além disso, a linhagem tumoral de maior agressividade influenciou os NOFs a aumentarem a produção de fibras de colágeno (P<0.001) e a realizarem remodelamento da MEC. Portanto, estes dados reforçam o papel dos fatores liberados pelas células do tumor sobre as células do microambiente tumoral, como os fibroblastos, e sugerem um caminho alternativo de alvos terapêuticos pela modulação do perfil de fibroblastos