Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Colaço, Veriana de Fátima Rodrigues |
Orientador(a): |
Beyer, Hugo Otto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/256194
|
Resumo: |
Esta tese investiga as interações entre pares de crianças no contexto de sala de aula, tomando como unidade de análise as atividades discursivas que acontecem nessas interações. O objetivo fundamental do estudo é compreender o papel mediador dos processos interacionais na construção compartilhada de conhecimento e sua contribuição para a aprendizagem. A proposição subjacente é de que as interações entre pares de crianças, e não apenas entre elas e o adulto, podem evidenciar a emergência de zona de desenvolvimento proximal a partir das mediações simbólicas presentes nas atividades conjuntas. Os fundamentos teóricos que embasam a pesquisa se sedimentam na teoria sócio histórica de Lev Vygotsky, especialmente em seu pressuposto sobre o desenvolvimento humano entendido como processo histórico-social; em sua proposição de que a aprendizagem e o desenvolvimento são interdependentes e apresentam implicações recíprocas, daí derivando seu conceito de zona de desenvolvimento proximal; e em sua concepção sobre atividade mediada e o uso de signos como base para a formação das funções psicológicas superiores. A pesquisa também está fundamentada na abordagem dialógica da linguagem de Mikhail Bakhtin, referendada pelos seus conceitos de dialogia e polifonia. No quadro teórico geral, três conceitos formam os pilares categoriais deste estudo: o de atividade discursiva, compreendida como ação humana mediada pela linguagem; o de zona de desenvolvimento proximal, enquanto espaço simbólico de construção que emerge nas situações interacionais; e o de mediação semiótica, entendida como processo fundante das relações do sujeito com o outro e com seu ambiente sociocultural. A investigação empírica, de enfoque etnográfico, foi desenvolvida com quatro duplas de crianças de primeira e segunda séries do Ensino Fundamental de um colégio público federal da cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, durante o ano letivo de 1999. Foram feitas observações de atividades discursivas das crianças, quando da realização conjunta de tarefas escolares propostas para toda a turma pelas professoras das respectivas séries. A análise dos processos discursivos revelou o potencial construtivo das interações das crianças no contexto de sala de aula, de modo que o intercâmbio entre os alunos se apresentou como situação geradora da emergência de zona de desenvolvimento proximal, promovendo processos de ensino/aprendizagem, tanto dos conteúdos curriculares como de modalidades comunicacionais e de negociação de papéis sociais, característicos desse ambiente cultural e institucional. Para tanto, mostrou-se fundamental a condução didática e orientação pedagógica do professor, facilitando e incentivando a produção coletiva, o compartilhar de papéis e uma postura que favoreça processos de ensino e aprendizagem mútuos. |