Aspectos bioecológicos de Oebalus poecilus (Dallas) (Hemiptera: Pentatomidae) durante a hibernação

• Ano de defesa: 2003
• Autor(a) principal: Santos, Regis Sivori Silva dos
• Orientador(a): Redaelli, Luiza Rodrigues
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Percevejo; Hibernação; Arroz irrigado
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/72655

Oebalus poecilus é apontado como importante praga na cultura do arroz irrigado. No Rio Grande do Sul, este inseto adota a estratégia de hibernação, passando os meses mais frios do ano em refúgios como o folhedo de bambu. Este trabalho objetivou elucidar aspectos relativos a esta estratégia de vida. O estudo foi realizado em um bambuzal com cerca de 260m de comprimento, situado em área orizícola, no município de Eldorado do Sul (30° 02'S e 51°23'W), RS. Deste agrupamento de bambu tomou-se como área experimental, 140m2 dispostos no sentido leste-oeste. Nesta área, a partir de junho/2000 e durante dois anos foram realizadas amostragens, em intervalos semanais ou quinzenais, sendo que em cada ocasião, retirava-se, aleatoriamente, 56 unidades de amostra com 300cm3 de folhedo. Em laboratório, os percevejos foram extraídos manualmente, separados e contados. Uma parte dos insetos vivos foram mortos em vapores de acetato de etila e dissecados em álcool 70%, para averiguar o estado fenológico dos órgãos internos de reprodução como indicadores do estado de diapausa. Constatou-se que: a) a entrada no refúgio de hibernação se inicia na primeira semana de março, completandose no início de maio; b) o abandono se inicia em meados de outubro prolongando-se até a última semana de dezembro; c) os percevejos distribuem-se com padrão espacial agregado no sítio; d) todos os indivíduos permanecem com os órgãos internos imaturos e com grande quantidade de corpos gordurosos na cavidade abdominal ao longo da hibernação, característico de diapausa; e) há um crescimento progressivo no tamanho dos testículos ainda dentro do sítio de hibernação, o que não foi verificado para os ovários; f) a proporção de insetos amostrados que apresentava o fungo Beauveria bassiana variou entre cinco e 12%; g) o fungo, em laboratório, mostrou-se patogênico a adultos não-hibernantes de O. poecilus, porém não registrou-se indivíduos mortos quando o mesmo foi aplicado no refúgio de hibernação.