Uma genealogia do management : ensaio sobre os dispositivos da gestão no cotidiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Medeiros, Igor Baptista de Oliveira
Orientador(a): Antonello, Cláudia Simone
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/174727
Resumo: Essa tese se apresenta na forma de ensaio como expressão de um desejo em problematizar sobre as urgências do presente e do passado recente da administração que inquietam, produzindo efeitos que se espalham pela cotidianidade e criam uma tecnologia específica de governo – o dispositivo do management. Para tanto, a forma ensaística é um caminho profícuo para lidar com uma forma de produção de conhecimento que busca a problematização ao invés da evidência. O ensaio é uma manifestação política que traz à tona no processo de escrita a trajetória reflexiva do pesquisador e o seu posicionamento diante de um problema. Nessa tese, o problema que se considera é o dispositivo do management e as formações discursivas que foram agenciadas a partir de sua positividade. Assim, utilizo a escrita de si como prática metodológica na criação de um argumento fictício no qual também se reverbera a positividade do management. Dando base à narrativa em ficção, defendo que a nossa história recente acompanhou um avanço das técnicas do management como referência na forma de organizar a vida em sociedade. Para além dos muros da empresa, as ferramentas de gestão são demandadas da administração pública até a domiciliar, configurando um modo de subjetivação racional-utilitarista sustentado pelo enunciado da padronização ao longo do século passado. Este ganhou força quando um novo mote econômico foi agenciado a partir dos anos 1980 com a expansão do neoliberalismo e a constituição dos mercados financeiros, reforçado pelo enunciado dos privilégios. O agravamento recente da positividade do management se dá na forma de outro modo de subjetivação que passa, então, a atuar concomitante a ele em uma operação concêntrica em prol da maximização dos fluxos do Capital: o dispositivo da financeirização. Assim, os sujeitos hoje se constituem fortemente subjugados a uma lógica que lhes incute uma pretensa individualização liberal que mascara um fundo de totalitarismo capitalístico disciplinar. Essa tese é uma problematização desse momento contemporâneo de (des)ilusão se engendrando na elaboração de uma genealogia que, como um trem que se adentra no túnel escuro, tão cedo não se verá o fim.