Percepções de enfermeiros de centro de materiais e esterilização sobre cultura de segurança do paciente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Yamamoto, Sara Satie
Orientador(a): Moura, Gisela Maria Schebella Souto de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/239198
Resumo: Introdução: As atividades desenvolvidas pela equipe de enfermagem do Centro de Material e Esterilização (CME) possuem diversas etapas para chegar ao produto final que é a entrega de um produto para saúde processado seguramente para o uso no paciente. A segurança do paciente tem sido trabalhada em setores assistenciais com contato direto com o paciente e a cultura de segurança já vem sendo construída. Em contrapartida, não há recomendações para sua promoção no CME, apesar de ser um setor de cuidados indiretos, ele possui extrema relação e impacto na assistência, além de processos complexos e fragmentados que mudam constantemente, além de tecnologias e equipe específica. Objetivo: Analisar as percepções de enfermeiros com experiência profissional em CME sobre cultura de segurança. Método: O estudo foi qualitativo do tipo exploratório e descritivo e o campo de estudo foi em CME classe II. Amostra composta por conveniência totalizando 12 enfermeiras que possuíam no mínimo um ano de experiência profissional exclusiva em CME. A primeira parte da coleta de dados iniciada em dezembro de 2020, as participantes assinaram o TCLE, preencheram o formulário eletrônico com dados socioprofissionais. A segunda parte da coleta, em março de 2021, foram realizadas as entrevistas individuais gravadas pelo aplicativo Google Meet® guiada por um roteiro semiestruturado, após cada entrevista procedeu-se a transcrição literal. Projeto de pesquisa aprovado pelo CEP da UFRGS, CAAE 39519020.4.0000.5347. Análise dos dados: Os dados socioprofissionais tabulados em planilha e as 12 entrevistas foram ajustadas em um corpus para tratamento no software IRaMuTeQ, utilizando a classificação hierárquica descendente (CHD), as classes emergentes foram submetidas à análise de conteúdo de Bardin. Resultados: Todas participantes eram do sexo feminino, com faixa etária prevalente dos 30 aos 39 anos. 11 possuíam curso de pós-graduação do tipo lato sensu e uma participante cursando doutorado. A maioria das participantes possuíam experiência maior de cinco anos, sendo que metade da amostra com mais de dez anos de CME. A CHD gerou 937 segmentos de texto (ST), com aproveitamento de 821 ST (87,63%). O conteúdo textual gerou quatro classes (C): Classe 1 – Dificuldades na comunicação interna do CME, com 252 ST (30,69%); Classe 2 – Dificuldades no aprendizado com erros e a cultura justa, com 125 ST (15,23%); Classe 3 – Baixa visibilidade do CME para a segurança do paciente, com 221 ST (26,92%); Classe 4 – O cuidado indireto do CME, com 223 ST (27,16%). Considerações finais: Houve ambiguidade nas percepções das participantes, pois as enfermeiras participantes demonstram muito conhecimento relacionado aos processos do CME e de como eles podem impactar na assistência, bem como a prevenção de infecções relacionadas à assistência e de que a tomada de decisões é centrada no cuidado aos pacientes. Entretanto há percepções de baixo reconhecimento e valorização do seu trabalho por não estar inserido no contexto da cultura de segurança do paciente, consequentemente não participando de políticas relacionadas à assistência segura. As enfermeiras como líder percebem a importância do seu engajamento com a segurança do paciente e trabalham alguns elementos na comunicação, prática baseada em evidência, aprendizado com erros e cultura justa de forma intuitiva. Maiores estudos serão necessários ainda para explorar esta temática em CME para contribuir com a construção de uma cultura de segurança para esta área e posteriormente ser mensurada em futuros estudos com abordagem quantitativa.