Concentrações de randônio nas águas subterrâneas, rochas e solos de Porto Alegre, RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Fianco, Ana Clara Butelli
Orientador(a): Roisenberg, Ari
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/32667
Resumo: Muitos sistemas de abastecimento público no Brasil utilizam água subterrânea como parte de sua rede. Este é o caso do Município de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, cuja população é de cerca de 1,4 milhões de habitantes. No entanto, há pouco conhecimento sobre os fatores que afetam a presença radônio nas águas subterrâneas, apesar da importância econômica. Análises de 222Rn em amostras de água subterrânea e solo foram realizadas em diversos locais de Porto Alegre, com o objetivo de investigar os principais fatores que afetam sua presença em solução. As concentrações de radônio na água e no solo foram medidas através do equipamento AlphaGUARD (Genitron GmbH). Nas rochas, os teores foram medidos por Espectrometria Gama com detector de NA(Tl), através da concentração de 226Ra (Ue, urânio equivalente), a fim de obter informações sobre a geração de 222Rn pelas rochas do aqüífero. A geologia da área compreende diferentes granitóides de afinidade cálcico-alcalina a alcalina parcialmente cobertos por sedimentos quaternários aluviais, lagunares e fluviais. Estes dois compartimentos constituem os chamados Sistema Aqüífero Fraturado Pré-Cambriano e o Sistema Aqüífero Poroso Cenozóico. Cerca da metade das amostras analisadas de água apresentaram concentração de 222Rn dissolvido superior ao limite máximo estabelecido pela Organização Mundial de Saúde de 100 Bq/L, podendo atingir até 500 Bq/L. O teor de radônio dissolvido nas águas subterrâneas do Sistema Aqüífero Fraturado Pré-Cambriano apresenta correlação direta e significativa com o urânio equivalente presente na matriz das rochas, como resultado típico da interação água-rocha. A aeração foi confirmada como um fator importante para a liberação radônio, como esperado, devido à sua natureza gasosa. Este processo foi provavelmente responsável pela falta de relação entre radônio produzido por rochas e sua presença em solos. A região correspondente ao Sistema Aquífero Fraturado Pré-Cambriano constitui importante reservatório de água subterrânea e pode liberar grandes quantidades de radônio para a fase líquida durante a interação rocha-água. Com isto, as autoridades locais responsáveis pela gestão dos recursos hídricos e pelo gerenciamento ambiental devem estar atentas para a questão, pois o radônio é reconhecido como causador de casos fatais de câncer, quando ingerido continuamente na água potável ou contido em ambientes fechados.