Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Netto, Alice Brinckmann Oliveira |
Orientador(a): |
Giugliani, Roberto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/265160
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Resumo: |
A atrofia muscular espinhal (AME) é caracterizada pela degeneração dos neurônios motores da medula espinhal, causando fraqueza progressiva dos membros e tronco, seguida de atrofia muscular. A condição é considerada uma das doenças de herança autossômica recessiva mais frequentes, com uma incidência mundial estimada de 1 em cada 10.000 nascidos vivos. Alterações no gene SMN1 causam a doença, sendo que em 95% dos pacientes com AME encontra- se a ausência do exon 7 do gene SMN1 em homozigose, devido a deleção deste gene ou conversão para o gene SMN2, altamente homólogo ao gene SMN1. Devido a um espectro uniforme de mutação, a análise mais comumente realizada é a detecção de deleção e conversão gênica dos exons 7 e/ou 8 dos genes SMN1 e SMN2. A AME é uma doença de início infantil e apresenta incidência estimada alta, com isso, a realização de testes de triagem neonatal para detecção de afetados é importante e necessária, uma vez que que existem tratamentos disponíveis para a doença, os quais são mais eficazes quando implementados precocemente. No Brasil, o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) realiza o teste do pezinho para 6 doenças, coletando e processando amostras de gotas de sangue do calcanhar do recém-nascido, impregnadas em papel filtro. Em maio de 2021, a Lei no 14.154 foi aprovada para o aperfeiçoamento do PNTN. A proposta desta lei consiste na ampliação das doenças a serem rastreadas pelo teste do pezinho, incorporando aproximadamente mais 50 doenças, de maneira escalonada. A inclusão da AME está prevista para a quinta etapa da ampliação. O presente estudo teve como objetivo desenvolver um projeto piloto de triagem neonatal para AME no Brasil, através da análise de recém-nascidos do Estado do Rio Grande do Sul, no período de um ano, utilizando a técnica de PCR quantitativo em tempo real (SALSA® MC002 SMA Newborn Screen). As amostras utilizadas foram coletadas nas Unidades Básicas de Saúde pertencentes ao Serviço de Referência em Triagem Neonatal do Rio Grande do Sul (SRTN/RS) e enviadas ao Hospital Materno Infantil Presidente Vargas para realização do teste do pezinho convencional. Posteriormente, foram encaminhadas ao Laboratório de Genética Molecular do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Ao final de 8 meses do estudo, aproximadamente 25.000 amostras foram processadas e analisadas, possibilitando a identificação de 3 amostras positivas para AME. Estas amostras identificadas como positivas na triagem inicial obtiveram confirmação do resultado por amplificação multiplex de sondas dependente de ligação (MLPA), considerado teste padrão ouro para o diagnóstico. Logo, pode-se concluir que este trabalho demonstrou sua efetividade com a validação da técnica SALSA® MC002 SMA Newborn Screen para triagem neonatal de AME no Estado do Rio Grande do Sul utilizando amostras provenientes do teste do pezinho, sendo uma técnica adequada para inclusão na rotina laboratorial. Ademais, foram obtidos dados populacionais sobre a incidência estimada de AME no Rio Grande do Sul, com base na frequência de casos positivos. Estes dados podem servir como base para o planejamento de estudos mais amplos e para a implantação definitiva da triagem neonatal para AME no estado do Rio Grande do Sul e no Brasil. |