Avaliação do efeito de um protocolo para promoção de qualidade do sono em pacientes internados em uma unidade de cuidados coronarianos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Beltrami, Flávia Gabe
Orientador(a): Fagondes, Simone Chaves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/163569
Resumo: Introdução: Sono de qualidade ruim é uma situação frequentemente descrita em pacientes críticos. A etiologia das alterações do sono nesta população é multifatorial. Dentre os fatores modificáveis citam-se ruído, iluminação, dor, interações decorrentes dos cuidados ao paciente e medicamentos. O sono de má qualidade pode relacionar-se com mudanças no metabolismo, na função endócrina, em disfunção do sistema imunológico e ventilatório e em distúrbios cardiovasculares. Também acarreta consequências psicológicas como disfunção cognitiva e delírio. Objetivo: Avaliar o efeito de um protocolo para promoção da qualidade do sono em pacientes internados em uma unidade de cuidados coronarianos (UCC). Metodologia: Este estudo consistiu em um estudo quase-experimental, realizado em duas fases. Durante a primeira fase, o grupo controle (n = 58 pacientes) recebeu cuidados habituais e informações relativas ao sono foram coletadas por meio do Questionário do Sono de Richards-Campbell (RCSQ) - escala analógica visual de 100 mm, com pontuações mais altas representando sono de melhor qualidade - e do Questionário do Sono na Unidade de Cuidados Intensivos (SICUQ) - escala discreta de 10 pontos, com maiores escores indicando maior interrupção do sono. Durante a segunda fase (n = 55 pacientes), um protocolo para promoção do sono foi implementado. As intervenções incluíram ações para redução do ruído e luminosidade, cuidados com analgesia, além de medidas gerais. Os dados relativos ao sono foram novamente coletados para avaliar o impacto dessas intervenções. Resultados: As principais barreiras ao sono identificadas pelo SICUQ foram dor 1 (1-5,5), luminosidade 1 (1-5) e ruído 1 (1-5). Dentre as fontes de ruído, as que apresentaram maiores escores foram alarmes dos monitores cardíacos 3 (1- 5,25), alarmes das bombas de infusão intravenosa 1,5 (1- 5) e alarmes dos ventiladores mecânicos 1 (1-5). Estas últimas significativamente reduzidas no grupo intervenção. Em relação ao RCSQ, o grupo intervenção obteve melhorias nos escores de profundidade do sono 81 (65-96,7) vs. 69,7 (50-90); p=0,046); fragmentação do sono 90 (65-100) vs. 69 (42,2-92,7); p=0,011); tempo para retomada do sono 90 (69,7 - 100] vs. 71,2 (40,7-96,5); p=0,007); qualidade do sono 85 (65-100) vs. 71,1 (49-98,1); p=0,026) e no escore global de qualidade do sono 83 (66-94) vs. 66,5 (45,7-87,2); p=0,002 em relação ao grupo controle. Conclusão: A implementação de um protocolo para promoção do sono foi factível e eficaz na melhora de vários parâmetros de qualidade do sono e na redução de algumas de suas barreiras em pacientes internados em uma UCC.