A resistência feminina na casa dos estudantes do Império e seu legado na contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gonçalves, Paulo Sergio
Orientador(a): Tutikian, Jane Fraga
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/281262
Resumo: Esta tese tem como objetivo apresentar um trabalho de análise histórico-literária da resistência feminina na Casa dos Estudantes do Império. Para que este estudo seja possível, traz uma contextualização histórica do período colonial de Portugal, partindo do início da formação do Estado Novo e, posteriormente, apresenta uma análise da obra poética das poetas Alda Espírito Santo, Alda Lara, Noémia de Sousa, Lília da Fonseca e Manuela Margarido. Em seguida o trabalho analisa a obra poética de outras cinco poetas contemporâneas que, com seus versos, refletem o legado deixado por suas antecessoras que frequentaram a Casa dos Estudantes do Império e tiveram seus poemas publicados no Boletim Mensagem da CEI ou em antologias daquela época. As contemporâneas são Conceição Lima, Ana Paula Tavares, Vera Duarte, Maria Alexandre Dáskalos e Tânia Tomé. A convocação, a ressignificação, a conscientização e a missão de ser porta voz, são características marcantes na poesia aqui estudada. A fundamentação teórica está baseada nos estudos de Inocência Mata, Laura Cavalcante Padilha, Gaston Bachelard, Maurice Hallbwachs e Paul Ricouer. A presença feminina e o compromisso assumido e firmado pelas poetas, tanto as que estiveram na CEI quanto as contemporâneas, traz um entendimento da potencial importância da presença feminia na formação e na ressignificação da identidade africana, principalmente, na África de língua portuguesa. Nos diferentes poemas onde se encontra a representação feminina é possível encontrar o uso da memória e do espaço natal do sujeito poético que trazem, além do intimismo, o compromisso político e social com seu povo. As poetas estudadas assumem o papel de porta-voz de seu povo e carregam, em suas poesias, o compromisso de, mesmo em épocas diferentes, estarem na linha de frente quando alertam o povo e acordam as "consciências adormecidas". O trabalho, portanto, traz em suas análises e em sua contextualização histórica, uma pesquisa que demonstra a importância do papel da Literatura como instrumento de conscientização política e social. Traz também, por meio da observância do legado seguido pelas poetas da contemporaneidade, o sentimento de sentinela vigilante que sua poesia propõe, mantendo, até os dias atuais, a resistência feminina no continente africano e na diáspora, mas, em especial, nos países africanos de língua portuguesa, ex-colônias de Portugal.