Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Dummer, Juliana |
Orientador(a): |
Verdum, Roberto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/206865
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Resumo: |
Na região sudoeste do Rio Grande do Sul, nos Municípios de São Francisco de Assis, Manuel Viana e Alegrete, há ocorrência significativa de ravinas e de voçorocas, associadas a depósitos arenosos, conhecidos como areais. A expansão das atividades agrícolas, sobretudo, do monocultivo da soja, a partir dos anos 1970, intensificou o processo de arenização, associado à erosão. O uso inadequado do solo desenvolve uma crise erosiva, nas microbacias, sendo que esta dinâmica de forte escoamento concentrado gera um aprofundamento do canal principal, o que, por sua vez, dá início ao processo de ravinamento. Esta associação induz estes fenômenos de degradação, pelo modo de exploração agrícola praticado sobre solos friáveis, preferencialmente, os de textura arenosa. No entanto, há a presença destes fenômenos erosivos, em áreas nas quais a exploração agrícola é inexistente, o que indicou a necessidade de aprofundamento dos estudos relativos às fragilidades do meio aos processos erosivos hídricos e eólicos. Desta forma, visando um maior detalhamento da gênese desses processos, esta tese tem como objetivo analisar os aspectos relacionados aos contextos litológicos, pedológicos e o condicionante estrutural – lineamentos, na gênese do processo de erosão linear. A área de estudo limita-se à Bacia Hidrográfica do Arroio Miracatu, que abrange parte dos Municípios de Manoel Viana e de São Francisco de Assis, numa área de 61.584 ha. A pesquisa desenvolveu-se em três etapas. A primeira, corresponde à análise da degradação dos solos por processos erosivos hídricos lineares, na qual realizou-se o mapeamento de 453 processos erosivos lineares passíveis de identificação, em imagens de satélite, na escala de 1:5.000, bem como foi feita a seleção de sete destes, para a sua caracterização detalhada. A segunda etapa trata da análise do condicionante tectônico, na qual foram realizadas a caracterização da drenagem, na bacia hidrográfica do arroio Miracatu, a identificação das anomalias de drenagem e a obtenção dos parâmetros morfométricos da bacia. A terceira e última etapa correspondeu à análise da relação do condicionante morfoestrutural e da morfologia da drenagem, pela caracterização dos processos erosivos lineares, relacionando-os às litologias, aos solos e aos lineamentos, como resultantes da tectônica pretérita e como condicionantes, na geração de ravinas e de voçorocas, no presente. Confirmou-se, em tese, que a bacia em estudo possui uma dinâmica erosiva presente sob o controle estrutural e tectônico, à medida que: foram identificadas litologias em posição altimétrica discordante da posição estratigráfica e exposições de formações mesozoicas (Guará), em cotas altimétricas iguais ou próximas das cotas das formações Botucatu e Serra Geral; a bacia está compreendida no interior do Muro de Manuel Viana, estrutura do tipo horst, na qual todas as formações litológicas que caracterizam o contexto estratigráfico estão alçadas. Neste sentido, o alçamento tectônico, na área, determinou um novo nível de base, provocando uma reestruturação na drenagem e na retomada da erosão, gerando processos hídricos, por meio da abertura de ravinamentos e de voçorocamentos. O padrão paralelo, em alguns setores da bacia, demonstra conformação da drenagem às estruturas tectônicas, principalmente, dos relevos orientados, nas direções dos lineamentos mapeados (NE-SW). É nas áreas de intersecção de lineamentos de médio porte, nas direções NW-SE e SE-NW, que estão as áreas de maior densidade de feições erosivas lineares e, consequentemente, de areais, evidenciando a forte relação lineamentos - ravinamentos - areais. As direções, nas fraturas dos blocos de rochas identificados, são concordantes com os ângulos de desenvolvimento dos eixos principais ou secundários dos processos erosivos detalhados. Os estudos de campo e de laboratório, no entanto, não se esgotam aqui, mas são capazes de sustentar, em tese, que as estruturas presentes, no relevo, influenciam, tanto no desenvolvimento quanto na orientação das feições erosivas lineares e que estas, por sua vez, são tanto ativadoras quanto agravantes dos processos de arenização. As áreas mais vulneráveis demonstraram ser aquelas, nas quais a Formação Guará está exposta, na superfície, e nos solos identificados como Latossolos Vermelhos e Neossolos Quartzarênico Órticos. A sua vulnerabilidade natural à erosão, devido ao condicionante geológico estrutural e à ação das águas de escoamento superficial e subsuperficial, causa as feições erosivas lineares, que, por sua vez, dão origem ao surgimento e ao avanço dos areais. |