Práticas desenvolvimentistas implicam o desenvolvimento?! : (res)significações do lugar, práticas socioprodutivas e a reparação do Alto Rio Doce (MG) após o desastre da Samarco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Evangelista, Ana Carolina de Andrade
Orientador(a): Almeida, Jalcione Pereira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/272258
Resumo: Em novembro de 2015, ocorreu o rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, de propriedade da Samarco Mineração, controlada pelas empresas Vale S.A e BHP Billiton. Esse desastre resultou ocasionou o derramamento de 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos no rio Doce, levando à morte de 19 pessoas, destruindo centenas de residências e afetando significativamente as atividades econômicas das comunidades ribeirinhas. Nesse contexto, a Fundação Renova foi estabelecida através do Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta, assinado entre a Samarco, suas acionistas, o Governo Federal e instituições estaduais de Minas Gerais e do Espírito Santo. A instituição emerge como aparelhamento técnico-científico, com o objetivo de condução do processo de reparação com celeridade, eficácia, harmonia coerciva e consenso. Decorridos mais de sete anos desde o desastre constitui-se com corpo técnico atuante sob a ótica de promoção do legado, estabelecendo narrativas desenvolvimentistas ao processo de reparação. Com este trabalho procuro refletir de que modo o projeto de desenvolvimento da Fundação Renova relaciona-se com a (res)significação do lugar para os agricultores e as agricultoras do alto rio Doce. Para isso, utilizei entrevistas semiestruturadas e observação junto às agricultoras e agricultores atingidos no alto rio Doce e aos (ex)técnicos da Fundação Renova, buscando investigar as motivações por trás da adesão e das propostas dos programas/projetos ambientais, bem como compreender os sentidos e sentires da reparação. Este estudo se justifica pela avaliação das ações executadas pela Fundação Renova na bacia do rio Doce, especialmente no que diz respeito à implementação de técnicas/tecnologias de produção voltadas para a sustentabilidade econômica e produtiva das áreas rurais afetadas. Pretendo contribuir para uma discussão mais aprofundada sobre as ferramentas e estratégias utilizadas para conduzir a reparação, além de analisar a manutenção da dependência do neoextrativismo como modelo econômico e político. A análise revela a interligação entre os projetos/programas de reparação ambiental e outros processos da Fundação Renova, assim como a persistência subjacente da sensação de injustiça ambiental.