A ciência e a política da ciência : pluralismo intelectual e diversidade profissional na ciência política norte-americana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Mörschbächer, Melina
Orientador(a): Peres, Paulo Sergio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/184594
Resumo: A Ciência Política norte-americana tem grande relevância em sua área disciplinar, visto a dimensão da sua comunidade de pesquisadores, a organização das suas instituições acadêmicas e o impacto dos seus estudos. Desde cedo, estabeleceu uma tradição de pesquisa e debates sobre a sua própria trajetória, o que fez com que leituras divergentes fossem atribuídas a ela: por um lado, existem fortes críticas à área e à organização profissional naquele país em relação ao dogmatismo expresso em seus espaços de produção e reprodução do conhecimento; por outro, se argumenta que existe uma ciência plural e nela convivem diferentes subcomunidades de pesquisa. Em que medida, portanto, pode-se afirmar que a Ciência Política nos Estados Unidos é dogmática ou plural? Compreendo que é difícil que uma comunidade disciplinar encontre-se em um desses extremos, visto que a imposição de um único ideal de ciência exigiria significativo consenso entre os seus membros. Desse modo, espera-se que ela se situe dentro do contínuo entre os polos, demonstrando-se mais ou menos coesa ao longo da sua trajetória. A minha proposta é averiguar a posição da Ciência Política nos Estados Unidos diante no debate de hierarquias do conhecimento na ciência, enfocando seus graus de pluralismo e diversidade. Trata-se de uma problemática complexa que possui variáveis, espaços de expressão e graus de intensidade distintos. Portanto, estruturo a pesquisa em torno de dois eixos, quais sejam: 1. produção intelectual; e 2. representatividade profissional. Em ambos, observam-se distintas hierarquias que se referem a predileções sobre temas, teorias e métodos; e a visibilidade profissional de determinados grupos de pesquisadores em detrimento de outros, com enfoque nas variáveis de gênero, raça e localidade. Neste sentido, defendo a tese de que a Ciência Política norte-americana estrutura-se por diversas manifestações de desigualdades persistentes no tempo e resistentes aos discursos de mudança. Trata-se, portanto, de examinar como se faz Ciência Política e quais perspectivas prevalecem em seus espaços de produção e reprodução do conhecimento. Em termos metodológicos, a análise se concentra na American Political Science Association, tendo como material empírico os discursos proferidos pelos presidentes da associação, os artigos publicados em suas revistas e os seus encontros anuais, de 1990 até 2016. A abordagem recorre à reconstrução histórica, análise documental e classificação tipológica dos textos. Do ponto de vista teórico, a tese se insere nos debates sobre hierarquias do conhecimento, reconhecendo o próprio fazer científico como uma atividade também política.