Impacto da obesidade sobre células do sistema imune : instabilidade genômica, disfunção mitocondrial, imunossenescência e ativação inflamatória

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Parisi, Mariana Migliorini
Orientador(a): Barbé-Tuana, Florencia María
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/180237
Resumo: A imunossenescência é caracterizada pelo declínio funcional do sistema imune. Envolve mudanças fenotípicas que se traduzem em alterações sistêmicas, tendo importante impacto na sua funcionalidade. A imunossenescência tem sido associada a evolução e desfecho clínico de muitas doenças associadas ao envelhecimento prematuro, como a obesidade. A obesidade é uma condição patológica associada a expansão do tecido adiposo e a uma inflamação crônica de baixo grau que exerce efeitos negativos em múltiplos tecidos. Evidências de senescência celular, como atividade da enzima beta galactosidase (β-gal) aumentada, presença de fenótipo secretor associado a senescência e a expressão aumentada da proteína supressora de tumor TP53 (p53) e CDKN1A (p21) tem sido descritas no tecido adiposo de indivíduos portadores de obesidade. No entanto, é pouco explorado na literatura como esta inflamação sistêmica pode impactar no possível envelhecimento prematuro do sistema imune em indivíduos portadores de obesidade. Assim, o objetivo desta tese foi avaliar alterações associadas a imunossenescência prematura em células mononucleares de sangue periférico (PBMC) expostas ao ambiente pró-inflamatório próprio da obesidade. Para isto, foram utilizadas três abordagens experimentais: (1) análise de parâmetros associados a imunossenescência prematura em PBMC saudáveis incubadas com plasma de indivíduos portadores de obesidade; (2) análise de parâmetros de imunossenescência em macrófagos diferenciados a partir da linhagem celular U-937 e incubados com plasma de indivíduos portadores de obesidade sem comorbidades ou com síndrome metabólica e (3) validação dos parâmetros de imunossenescência em PBMC de indivíduos portadores de obesidade. Nossos resultados mostraram que o plasma de indivíduos portadores de obesidade é capaz de modular o fenótipo de PBMC previamente saudáveis, induzindo aumento na morte celular por apoptose, sinalização comprometida de H2AFX e TP53, disfunção mitocondrial basal e associada a produção de ATP, aumento de linfócitos senescentes T auxiliares CD4+CD28- e citotóxicos CD8+CD28-, secreção de citocinas inflamatórias e ativação de monócitos e macrófagos. Além disso, o plasma de indivíduos portadores de obesidade, independente da presença de comorbidades, induziu aumento da atividade da enzima β-gal associada com a diminuição da viabilidade de macrófagos, aumentando sua capacidade fagocítica. Parte destes dados foram confirmados em PBMC de indivíduos portadores de obesidade, mostrando aumento da taxa de morte celular por apoptose, instabilidade genômica através de uma cinética de reparo de dano ao DNA comprometida, menor sinalização de H2AFX e aumento na frequência de micronúcleos e cariólise. Ainda, foi confirmada a redução da sinalização da via TP53/CDKN2A (p53/p16) e de ERK1/2 e o aumento na secreção de citocinas inflamatórias. Juntos, nossos dados confirmam a hipótese da obesidade como uma patologia associada a imunossenescência prematura e instabilidade genômica.