Estudo da ação do floroglucinol, uliginosina B, sobre mediadores inflamatórios, estresse oxidativo e aminas biogênicas em diferentes estruturas cerebrais de roedores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Marangon, Caroline Guerra
Orientador(a): Rates, Stela Maris Kuze
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
HVA
3MT
5HT
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/268426
Resumo: O gênero Hypericum é rico em floroglucinóis e tem despertado a atenção da comunidade científica e médica, especialmente a espécie europeia H. perforatum, por suas propriedades antidepressivas, parcialmente creditadas à hiperforina, um floroglucinol monomérico. A uliginosina B (ULI) é um derivado acilfloroglucinol dimérico descrito em aproximadamente 20 espécies de Hypericum nativas da América do Sul. Estudos prévios demonstraram que a ULI apresenta efeitos do tipo antidepressivo e antinociceptivo em roedores e que estes efeitos parecem ser, pelo menos em parte, ligados à sua capacidade de inibir a recaptação neuronal de monominas. Esses dados estão em acordo com a clássica teoria monoaminérgica da depressão. Porém, a depressão é uma doença multifatorial e heterogênea e evidências sugerem que a ativação de vias imuno-inflamatórias e o estresse oxidativo e nitrosativo (O & NS) resultam em alterações comportamentais, neuroquímicas e neuroendócrinas observadas nos distúrbios depressivos. Sendo assim, o objetivo desta tese é aprofundar o estudo da potencial atividade antidepressiva da ULI e seu mecanismo de ação, com foco no sistema monoaminérgico, neuroinflamação e estresse oxidativo. A avaliação do efeito do tratamento agudo da ULI sobre o conteúdo extracelular de dopamina (DA) e seus metabólitos, ácido 3,4-di-hidroxifenilacético (DOPAC), ácido homovanílico (HVA) e 3-metoxitiramina (3-MT), e serotonina (5HT) e seu metabólito ácido 5- hidroxindolacético (5-HIAA), no núcleo accumbens de ratos, foi realizada através da técnica de microdiálise cerebral em ratos Wistar acordados. Foi também realizada avaliação do efeito da uliginosina B sobre parâmetros comportamental e bioquímicos, relacionados ao estresse oxidativo (conteúdo da glutationa reduzida, sulfidrilas, espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico e atividade da catalase), bem como da concentração de citocinas inflamatórias (IL-6, IL-10, MCP-1, IFN-γ, TNF e IL- 12p70) no modelo de comportamento de doente (sickness behavior) e do comportamento tipo deprimido induzidos por LPS precedido do estresse da natação forçada, em camundongos CF1. A uliginosina B (30 mg/Kg i.p.) não alterou os níveis extracelulares de dopamina e seus metabólitos, nem os níveis intersticiais da serotonina e seu metabólito. Este achado está de acordo com um resultado anterior do grupo, que falhou em demonstrar o efeito de um extrato rico em floroglucinóis do mesmo tipo que uliginosina B sobre as concentrações intersticiais de dopamina e metabólitos no núcleo accumbens de ratos Wistar. Ainda, podemos inferir que a uliginosina B (15 mg/Kg v.o.), nesta dose e neste modelo, não protegeu os camundongos do sickness behavior, no entanto, a uliginosina B apresentou um efeito protetor parcial no comportamento do tipo depressivo induzido por LPS precedido da natação forçada, no teste de supensão pela cauda. Ainda, os resultados demonstram que a uliginosina B induz um aumento nos níveis da IL-10, glutationa reduzida e de MCP-1 e especula-se que esses dados possam contribuir para o seu efeito antidepressivo possivelmente relacionado com outras vias de sinalização.