Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Schiavo, Carolina Lourenzon |
Orientador(a): |
Stefani, Luciana Paula Cadore |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/188262
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Resumo: |
Base teórica: A cirurgia, especialmente quando de maior porte, representa uma experiência cujo impacto se estende além do trans e do pós-operatório imediato. O conjunto de vulnerabilidades presentes nesse período, em ao menos três dimensões: física, psicológica e social, pode ser denominado de estresse perioperatório. A influência do perfil psíquico, associada às alterações fisiológicas causadas pela cirurgia e anestesia contribuem para elevar os níveis de estresse. Apesar de existirem evidências consolidadas em relação a estratificação de risco focadas em variáveis clínicas e cirúrgicas, a relação entre o estresse emocional e seu impacto em desfechos no perioperatório representa um vasto campo a ser explorado. A Escala B-MEPS (Brief Measure of Emotional Preoperative Stress) foi desenvolvida com objetivo de identificar e mensurar o estresse no contexto perioperatório. Essa escala é um instrumento que avalia o traço latente de estresse emocional no pré-operatório e foi construída com base em instrumentos clássicos que consideram a carga emocional negativa e aspectos psíquicos como ansiedade, depressão e expectativa de futuro. No estudo inicial de validação do B-MEPS, altos níveis de estresse emocional contribuíram para presença de dor moderada a intensa no pós-operatório. Objetivos: Buscou-se com a presente dissertação refinar a escala preditora de estresse pré-operatório B-MEPS (identificando os parâmetros discriminativos de cada item) e estabelecer pontos de corte para intensidade de estresse, a fim de construir uma interface para uso clínico. Além disso realizamos a validação concorrente da Escala B-MEPS com o Inventario de Sensibilização Central, os quais avaliam construtos semelhantes. A associação do níveis de estresse emocional com a intensidade de dor aguda no pós-operatório também foi avaliada. Métodos: 1016 pacientes entre 18 e 70 anos submetidos a procedimentos cirúrgicos de médio a grande porte no Hospital de Clínicas de Porto Alegre participaram do refinamento da Escala B-MEPS 6 e 153 da sua validação prospectiva com o Inventário de Sensibilização Central e com os níveis de dor pós-operatória. O Modelo de Crédito Parcial Generalizado da Teoria da Resposta ao Item e o Modelo de Classes Latentes foram usados respectivamente para reduzir a escala e para criar os pontos de corte e possibilitar a análise de subgrupos de pacientes conforme o nível de estresse e dor pós-operatória. Resultados: Foram excluídos três itens da Escala B-MEPS (itens pouco discriminativos para o estresse pré-operatório), aumentando a consistência interna e com isso a confiabilidade do instrumento (alpha de Cronbach 0,79). A partir da nova versão da escala B-MEPS, composta por 12 itens, pontos de corte foram identificados categorizando os pacientes de acordo a intensidade do estresse: baixo estresse [até 0,22 desvios padrão (DP) acima da média], estresse intermediário (entre 0,22-0,77 DP) ou alto estresse (acima de 0,77 DP). Essa categorização possibilitou a construção de um aplicativo eletrônico, para cálculo da intensidade do estresse pré-operatório a ser realizado a beira do leito. Foi encontrada associação linear entre a Escala B-MPES e o Questionário de Sensibilização Central (correlação de Pearson = 0,53, p<0,01), indicando avaliação de construtos semelhantes e estabelecendo validade de critério à B-MEPS. Pacientes com níveis mais elevados de estresse apresentaram associação positiva com dor moderada a grave em 24 horas e maior consumo de morfina em 48 horas. Conclusão: O estresse é o resultado de mudanças psicológicas ou fisiológicas que ocorrem quando estressores ambientais excedem e desregulam a capacidade adaptativa (alostase). Essa ruptura homeostática afeta tanto o curso das doenças crônicas e agudas quanto o prognóstico pós-operatório. Esta dissertação forneceu o refinamento da primeira ferramenta para avaliar o estresse emocional pré-operatório (B-MEPS). Além disso, criamos uma interface de fácil aplicabilidade, superando o que seria um grande desafio: avaliar o estresse emocional à beira do leito antes da cirurgia. De acordo ao estudo anterior, altos níveis de estresse pré-operatório foram preditivos de dor moderada a intensa no 7 pós-operatório. Estudos que incluam intervenções perioperatórias para reduzir os níveis de estresse pré-operatórios devem ser planejados para dar sentido a essa nova avaliação proposta. |