Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Scheer, Graziela Gonçalves |
Orientador(a): |
Pedrozo, Catarina da Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/131940
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Resumo: |
As lavouras de arroz são consideradas áreas úmidas artificiais e produzem uma grande quantidade de alimento ao redor do mundo. Estes agroecossistemas são comparados às áreas úmidas naturais, uma vez que são caracterizadas como ambientes altamente produtivos com potencial para conservação da biodiversidade, principalmente de aves e anfíbios. A coluna d’água presente durante a fase alagada do ciclo do cultivo do arroz contempla uma gama de organismos importantes como cicladores de nutrientes. Neste sentido, o estudo tem por objetivo descrever as mudanças que ocorrem na estrutura e composição da comunidade planctônica na coluna d’água de uma lavoura de arroz durante um ciclo de cultivo, considerando o tempo de irrigação da lavoura. Para tanto, foram coletadas amostras de água uma vez por semana nos quadros de uma lavoura de arroz comercial cultivada com plantio direto e localizada em Charqueadas, RS, durante a safra agrícola 2013/2014, totalizando 11 campanhas amostrais. Foram avaliadas as características químicas e físicas da água de irrigação, a composição do fitoplâncton e zooplâncton e as alterações na cobertura das plantas e da lâmina de água. As medições demonstraram que os teores dos parâmetros selecionados para a caracterização limnológica da lavoura se mostraram amplamente variáveis, com exceção do pH, temperatura e turbidez. Este último, no entanto, juntamente com os parâmetros nitrato, condutividade, nitrogênio amoniacal e matéria orgânica apresentaram altos teores e estiveram associados ao período inicial de irrigação (até 26 dias), provavelmente devido ao distúrbio do solo, aplicação de ureia e processos de decomposição de macrófitas aquáticas. A composição fitoplanctônica demonstrou a predominância de organismos pertencentes às classes Chlorophyceae, Bacillariophyceae, Euglenophyceae, Zygnemaphyceae e Cyanobacteria. No entanto, Zygnemaphyceae foi a classe dominante em termos de biomassa, embora tenha ocorrido um aumento da biomassa das espécies pertencentes à classe Bacillariophyceae uma vez que esta classe contempla mais espécies metafíticas. Gêneros característicos de ambientes eutróficos, tais como Scenedesmus, Trachelomonas e Nitzschia foram dominantes em termos de abundância. A biomassa de cianobactérias foi mais representativa no período final de cultivo provavelmente devido aos altos teores de fósforo e menor disponibilidade de luz. Quanto ao zooplâncton, os rotíferos e as formas juvenis de copépodos foram dominantes durante todo o ciclo do cultivo. Espécies dos gêneros tais como Polyarthra, Keratella, Brachionus e Trichocerca comuns em ambientes eutróficos, foram dominantes em termos de densidade. Embora a condição nutricional da água tenha influenciado a estrutura das comunidades planctônicas, o desenvolvimento da planta de arroz ao longo do ciclo tornou o ambiente mais complexo, o que também pode ter ocasionado alterações na composição destas comunidades. O período pós-perfilhamento representou uma fase de transição nas dinâmicas das populações através da diminuição da incidência de luz e aumento de nichos. A influência positiva do nitrato e da luz sugere que o mecanismo ascendente foi mais importante para a estruturação da comunidade fitoplanctônica. A interação entre as comunidades planctônicas sugerem que o consumo por herbivoria não foi limitado pela produtividade primária. |