Estudo da trama magnética relacionada à interação e posicionamento sintectônico de magmas de composição contrastante nos diques da enseada dos Zimbros, SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Tomé, Camila Rocha
Orientador(a): Bitencourt, Maria de Fatima Aparecida Saraiva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/204840
Resumo: Os diques compostos da Enseada dos Zimbros na região de Porto Belo-Bombinhas, sul do Brasil, são colocados nos estágios finais do magmatismo pós-colisional (ca. 590 Ma). Os diques compostos são intrusões tabulares subverticais, de direção NE e intrudem ortognaisses do embasamento. Os diques são formados por um núcleo félsico contendo um enxame de enclaves máficos microgranulares, margeado em ambos os lados por bordas máficas de espessura irregular, além de diques máficos individuais paralelos à intrusão principal. As rochas félsicas e máficas contêm uma foliação magmática bem desenvolvida com deformação no estado sólido perto dos contatos. A lineação de estiramento é horizontal a sub-horizontal e melhor desenvolvida nas rochas félsicas. A ausência de uma trama linear bem desenvolvida nas rochas máficas dificulta a investigação de seu posicionamento com base em dados estruturais convencionais. Com o objetivo de investigar a relação entre rochas máficas e félsicas contemporâneas, bem como entender o posicionamento dessas intrusões em relação à tectônica transcorrente, foi realizado um estudo da trama magnética por meio das técnicas de anisotropia de suscetibilidade magnética (ASM) e magnetismo de rocha nos diques compostos e máficos individuais. A mineralogia magnética de ambos os diques é predominantemente controlada por minerais ferromagnéticos (e.g., magnetita e tinanomagnetita pobre em Ti), com pequena contribuição de minerais paramagnéticos. O estudo do magnetismo de rocha mostra que os grãos de magnetita têm tamanhos variados. Os diques máficos individuais têm tamanhos de grãos pequenos (ca. 0,75 μm), enquanto nas bordas máficas os tamanhos variam de 0,75 a 2-3 μm. Os núcleos félsicos têm tamanhos de grãos grandes, variando de 2-3 a 25 μm. Os dados de MEV mostram texturas de oxi-exsolução nas amostras do núcleo félsico e nas amostras dos diques máficos individuais. Os cristais de ilmenita encontrados como grãos anédricos ou finas lamelas, nas amostras das bordas máficas, são interpretados como resultado da intensa oxi-exsolução da magnetita. O maior grau de oxi-exsolução observado nas amostras das bordas máficas em comparação aos núcleos félsicos e aos diques máficos individuais, sugerem diferentes graus de interação entre os magmas originais. As intrusões estudadas mostram tramas magnéticas normais, com foliação magnética subvertical (plano k1-k2) e lineação sub-horizontal (k1). Os dados magnéticos são concordantes com as medidas estruturais de campo e indicam que o fluxo do magma foi sub-horizontal durante o posicionamento. O volume e tamanho muito maior de enclaves, encontrados na porção sul do dique, são compatíveis com seu posicionamento em direção a norte. Os dados magnéticos obtidos também estão de acordo com o posicionamento sintectônico dos diques compostos em relação ao movimento transcorrente da Zona de Cisalhamento Major Gercino.