Estresse oxidativo renal em ratos submetidos à hiper-homocisteinemia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Schweinberger, Bruna Martins
Orientador(a): Wyse, Angela Terezinha de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Rim
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/235429
Resumo: O estresse oxidativo tem sido considerado parte importante na etiopatogenia das alterações cardiovasculares e cerebrais causadas pela hiper-homocisteinemia (HHcy), uma condição caracterizada por elevados níveis plasmáticos de homocisteína (Hcy), um aminoácido derivado da metionina. A HHcy leve ocorre quando os níveis plasmáticos de Hcy variam de 15 a 30 µmol/L e pode resultar da deficiência de ácido fólico, vitamina B6 e/ou vitamina B12. A HHcy severa é caracterizada por níveis plasmáticos de Hcy superiores a 100 µmol/L e é encontrada na homocistinúria (HCU) clássica, um erro inato do metabolismo caracterizado pela deficiência da enzima cistationina β-sinatse (CBS), que catalisa a via de transulfuração da Hcy. Visto que estudos mais recentes demonstram que a HHcy também está associada a um comprometimento da função renal, a hipótese deste trabalho é que o estresse oxidativo também esteja envolvido nas alterações renais causadas pela Hcy. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito da administração de Hcy sobre a formação de espécies reativas de oxigênio (ERO), lipoperoxidação, dano às proteínas e formação de óxido nítrico (NO), além de avaliar as defesas antioxidantes enzimáticas e não enzimáticas em rins de ratos. Visando testar a hipótese de que as possíveis mudanças no status oxidativo/nitrativo nos rins de ratos hiperhomocisteinêmicos poderiam levar à nefropatia, também se verificaram parâmetros séricos de função renal, tais como creatinina, uréia, ácido úrico e albumina. Ratos Wistar foram submetidos a modelos experimentais de HHcy leve e severa desenvolvidos em nosso grupo de pesquisa. No modelo experimental de HHcy leve crônica, ratos adultos receberam injeções subcutâneas diárias de Hcy do 30º ao 60º dia de vida. A dose utilizada foi de 0,03 µmol Hcy/g de peso corporal e induzia concentrações plasmáticas de Hcy d No modelo experimental de HHcy severa crônica, ratos neonatos receberam injeções subcutâneas diárias de Hcy do 6o ao 28o dia de vida. As doses utilizadas foram de 0,3 a 0,6 µmol Hcy/g de peso corporal e elevavam as concentrações plasmáticas de Hcy para cerca de 500μM. O grupo controle recebeu salina e os animais foram decapitados 1 ou 12 horas após a última injeção. Os resultados obtidos a partir do modelo de HHcy leve demonstram que a administração crônica de Hcy aumentou as atividades das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT) e a produção de NO (medida através dos níveis de nitritos) nos rins, assim como reduziu os níveis de albumina no soro dos animais 12 horas após a última injeção. A indução de HHcy leve aguda aumentou os níveis de diclorofluoresceína (DCF) e de nitritos em rins de ratos 1 hora após a injeção. Os resultados do modelo de HHcy severa crônica mostram um aumento significativo dos níveis de DCF e de substância reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) 1 e 12 horas após a última injeção, sugerindo que a Hcy aumentou os níveis de ERO e a lipoperoxidação em rins de ratos, respectivamente. O aumento da atividade da SOD e a redução da atividade da CAT também foram observados em 1 e 12 horas. Por outro lado, a redução das defesas antioxidantes não enzimáticas e o aumento dos níveis de nitritos foram observados somente 1 hora após a última administração de Hcy. A administração crônica de altas doses do aminoácido ainda elevou os níveis de uréia e reduziu os níveis de albumina 12 horas após a última injeção. Tais achados demonstram uma ligação entre a HHcy leve e severa e o estresse oxidativo em rins, o que pode representar, pelo menos em parte, um dos importantes mecanismos que contribuem para o risco de dano renal durante a HHcy.