Avaliação emocional, motora e bioquímico-molecular em modelo experimental de hiper-homocisteinemia leve em roedores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Tiago Marcon dos
Orientador(a): Wyse, Angela Terezinha de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/224497
Resumo: Níveis plasmáticos levemente elevados de homocisteína (Hcy), que caracterizam a hiper- homocisteinemia (HHcy), têm sido relacionados a perturbações na homeostase celular e são considerados um fator de risco para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, psiquiátricas e motoras. No entanto, os mecanismos pelos quais a Hcy exerce seu efeito tóxico ainda não estão completamente elucidados. Baseado nisso, o objetivo desta tese foi avaliar as possíveis alterações causadas pela HHcy leve crônica sobre parâmetros emocionais (testes do labirinto em cruz elevada, exploração claro-escuro e campo aberto, preferência pela sacarose 1%, natação forçada, ganho de peso corpóreo e relação peso adrenal/peso corpóreo) e motores (testes da caminhada em escada horizontal, trave de equilíbrio, suspensão e pole vertical) em ratos. Também investigamos possíveis alterações bioquímico-molecular estrutura-específico em uma ou mais estruturas cerebrais (amígdala, córtex pré-frontal, estriado e/ou cerebelo). Ratos Wistar foram submetidos a uma injeção subcutânea de Hcy (0,03μmol/g de peso corporal) duas vezes ao dia, dos 30 aos 60 dias de vida. Após a indução do modelo de HHcy leve crônica os animais foram submetidos à eutanásia e/ou aos testes emocionais/motores seguidos de eutanásia. A HHcy leve induziu comportamento semelhante à ansiedade, aumentou a produção de bolos fecais e o tempo para desenvolver tarefas em alguns aparatos dos testes ansiosos e motores, mas não alterou significativamente o comportamento semelhante à depressão e a motricidade dos animais. Quanto às análises bioquímicas, na amígdala, a HHcy leve aumentou as atividades das enzimas succinato desidrogenase (SDH) e complexo II, superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidase (GPx), Na+, K+-ATPase e glutamina sintetase, bem como os níveis de nitritos, o dano ao DNA e o imunoconteúdo nuclear do fator nuclear eritróide 2 (Nrf-2). A atividade da citocromo c oxidase e os níveis de ATP foram diminuídos. No córtex pré-frontal, a HHcy leve aumentou as atividades da catalase (CAT), GPx, Mg2+-ATPase e da glutamina sintetase, bem como o dano ao DNA. Os demais parâmetros avaliados na amígdala e no córtex pré-frontal não foram alterados. No estriado, a HHcy leve aumentou as espécies reativas, as atividades da GPx, CAT e acetilcolinesterase (AChE) e a expressão gênica da interleucina(IL)-1β, bem como reduziu a atividade da citocromo c oxidase, o imunoconteúdo da AChE e a expressão gênica do fator de necrose tumoral (TNF)-α. No cerebelo, a HHcy leve aumentou as espécies reativas, o dano lipídico, e a expressão gênica do TNF-α, IL-1β, IL-10 e do fator de transformação do crescimento (TGF)-β, bem como diminuiu o conteúdo de glutationa reduzida, a razão SOD/CAT, a atividade da citocromo c oxidase e da AChE e o imunoconteúdo da AChE. Os demais parâmetros avaliados em estriado e cerebelo não foram alterados. Em conjunto nossos achados sugerem que a HHcy leve induz comportamento semelhante ao ansioso, prejuízos oxidativos, bioenergéticos, glutamatérgicos e inflamatórios, além de alterar a atividade das ATPases e da AChE de maneira estrutura-específica. Tais alterações podem estar relacionadas aos mecanismos pelos quais a HHcy leve exerce toxicidade, aumentando o risco e a incidência de doenças neurodegenerativas, psiquiátricas e motoras, assim como comorbidades associadas a estas doenças na população em geral.